Alemanha aprecia o físico e desconfia da pontaria dos dinamarqueses

Depois da Suíça, anfitriões querem evitar surpresas. Troca de identidades remete para Euro1992, para felicidade dos nórdicos.

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Alemanha atenta à força dos "vikings" da Dinamarca Leonhard Simon / REUTERS
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Há 32 anos anos, na Suécia, a recém-unificada Alemanha não contava com a “repescada” Dinamarca na final que, qual conto de fadas, coroou os escandinavos numa competição com apenas oito selecções. Quando muito, os alemães esperariam um combinado jugoslavo, que a guerra dos balcãs riscou do mapa do Campeonato da Europa.

Agora, como anfitriões do Euro, os germânicos esperavam receber a visita da Eslovénia, julgando que caberia a Portugal defrontar os altos e loiros dinamarqueses.

Pelo menos, era esse o cenário inicialmente previsto pela UEFA, antes de se aperceber que o critério de desempate não podia ser o mesmo que definiu o primeiro e segundo lugares do Grupo H de qualificação para a fase final do Euro2024 (favorável à Dinamarca, graças ao confronto directo), mas sim o disciplinar, com o treinador-adjunto de Matjaz Kek a desempatar o diferendo graças a um cartão amarelo, o sétimo dos eslovenos, contra seis dos dinamarqueses.

Esclarecidos os caminhos por vezes tortuosos dos regulamentos, a Alemanha terá de conformar-se com a tal reedição da final de 1992. Nada que, em rigor, interfira nos planos da “Mannschaft”. Até porque esta Dinamarca parece sofrer de uma certa falta de inspiração e objectividade ou até de um bloqueio criativo no último terço, suspeita confirmada pelos dois golos nos três empates registados pelos nórdicos no Grupo C, encabeçado por Inglaterra e em que só a Sérvia ficou para trás.

De qualquer forma, a Alemanha, que abriu as hostilidades deste Euro com uma goleada (5-1) à Escócia, está atenta aos diversos sinais de alerta que foram surgindo nas exibições dos comandados de Kasper Hjulmand. Rudi Völler, antigo avançado e actual director desportivo da “Mannschaft” está apreensivo em relação à dimensão física dos “vikings”, um conjunto “forte com bom jogo aéreo”, o que dificulta até a missão dos “panzers” alemães.

Em 1992, Völler fracturou um braço no primeiro jogo, frente a uma selecção que integrava jogadores russos, ucranianos, georgianos e bielorrussos, denominada Comunidade dos Estados Independentes. Por isso não actuou mais, assistindo de fora à final que agora assalta a memória dos alemães.

Mas uma coisa parece evidente aos olhos do antigo goleador de Werder Bremen, Roma, Marselha e Bayer Leverkusen: “É difícil criar oportunidades contra a Dinamarca. Mas, por vezes, eles também sentem dificuldades em marcar”.

Atento, o seleccionador alemão, Julian Nagelsmann, recolhe todas as informações e confirma que os quatro últimos confrontos redundaram em três empates e uma vitória dos alemães, conseguida no Euro 2012, em Lviv, na Ucrânia, num grupo que apurou Alemanha e Portugal... um dos possíveis adversários nas meias-finais, agendadas para dia 9 de Julho, em Munique.

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