Greve dos trabalhadores da CP deve gerar perturbações nos comboios

CP diz que se prevêem perturbações na circulação, com especial impacto esta sexta-feira e sábado. A adesão dos trabalhadores CP à greve é “praticamente total”.

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Greve dos trabalhadores da CP, que decorre esta sexta-feira, convocada por vários sindicatos, deverá gerar perturbações na circulação dos comboios JOSÉ COELHO / LUSA
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A greve dos trabalhadores da CP, que decorre esta sexta-feira, 28 de Junho, convocada por vários sindicatos, deverá gerar perturbações na circulação dos comboios, tendo sido decretados serviços mínimos de cerca de 25% pelo Tribunal Arbitral.

Na quinta-feira, a CP - Comboios de Portugal alertou que eram esperadas perturbações na circulação, em especial até sábado. A adesão dos trabalhadores da CP à greve é "praticamente total", segundo disse o secretário-geral da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, que indica que apenas se cumpriram os serviços mínimos.

De igual forma, a CP regista que a greve também poderá afectar as circulações do Comboio Histórico do Douro. "Neste momento, aquilo que é a parte comercial [bilheteiras] da CP está encerrada e a circulação que se realizou foi aquilo que foi programado como serviços mínimos. De resto, não há nem mais circulação, nem se vêem trabalhadores nos locais de trabalho", disse à Lusa José Manuel Oliveira.

O responsável, que falava pelo conjunto dos sindicatos que convocaram esta paralisação, disse ainda que as oficinas apenas começam a partir das 8h e que os serviços da área técnica e administrativa a partir das 9h, pelo que apenas depois dessas horas conseguirá ter dados sobre a adesão nesses locais. CP ainda não avançou quantos comboios foram suprimidos.

Os clientes com bilhetes para viajar nos comboios alfa pendular, intercidades, internacional e inter-regional podem pedir o reembolso total do mesmo ou a sua troca. Os reembolsos podem ser efectuados nas plataformas digitais da CP, até 15 minutos antes da partida do comboio da estação de origem do cliente, ou nas bilheteiras. "Passado esse prazo, e até dez dias após terminada a greve, pode ser pedido o reembolso através do preenchimento do formulário de contacto online 'reembolso por atraso ou supressão', com envio da digitalização do original do bilhete", acrescentou.

Os trabalhadores reivindicam a valorização das suas carreiras, segundo um documento subscrito por mais de dez organizações sindicais.

A decisão do Tribunal sobre esta paralisação e outra convocada entre os dias 27 de Junho e 14 de Julho inclui, além dos tradicionais serviços mínimos em comboios de socorro e transporte de mercadorias perigosas e bens perecíveis, uma lista de comboios que devem ser assegurados.

Destes, o serviço de longo curso contará, esta sexta-feira, com cerca de 23% do serviço assegurado, os regionais com 25%, os urbanos de Lisboa com 25%, os urbanos do Porto com 25% e os urbanos de Coimbra com 24%.

"Serão assegurados os meios humanos e materiais necessários à concretização dos serviços mínimos fixados, incluindo, designadamente, as marchas associadas, bem como o seu início, fecho, posicionamento e restantes operações necessárias", segundo o Tribunal.

A greve terá a adesão da Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), da Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO), do Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), do Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (SINAFE), do Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (Sindefer) e do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA).

O Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), o Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), o Sindicato Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), o Sindicato dos Transportes Ferroviários (STF), o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) também irão aderir.

As estruturas sindicais entendem que as propostas da administração da CP não respondem à necessidade de valorização das carreiras de todos os trabalhadores da empresa.

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