Proprietários da casa de Marilyn Monroe não a podem demolir — é monumento

A Câmara da cidade de Los Angeles ainda vai decidir o que irá fazer com a estrutura, estando em cima da mesa a possibilidade de a relocalizarem.

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Marilyn Monroe, em Dezembro de 1961, numa fotografia de Len Steckler HO/REUTERS
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A casa da actriz Marilyn Monroe foi declarada Monumento Histórico-Cultural de Los Angeles, tendo a assembleia municipal deliberado, por unanimidade, que não pode ser demolida.

A moradia, no número 12305 da Fifth Helena Drive, no exclusivo bairro de Brentwood, onde Monroe morreu, em Agosto de 1962, foi comprada, no ano passado, Brinah Milstein, herdeira milionária, graças a uma fortuna associada ao sector imobiliário, e Roy Bank, produtor televisivo de reality shows, por 8,35 milhões de dólares (quase 7,8 milhões de euros). O objectivo do casal passava por demolir a estrutura e, dessa forma, expandir a sua residência, vizinha à antiga casa da actriz.

Porém, depois de terem dado entrada com um pedido de demolição, que, num primeiro momento, recebeu a licença camarária, noticiou o canal noticioso KCAL, da CBS, a autorização foi revogada depois de a cidade ter decidido iniciar um processo de designação de marco histórico daquela propriedade.

Agora, os deputados municipais concordaram com o valor histórico do edifício, recusando as alegações do casal de que a ligação de Monroe à casa tem sido exagerada, já que a actriz morou naquela residência durante apenas seis meses e de forma intermitente, além de o espaço já ter sido alvo de alterações, nas últimas seis décadas, que nunca suscitaram dúvidas de licenciamento.

A assembleia votou, por unanimidade, a favor da protecção da casa, que, entretanto, já passou por várias mãos, e a sua transformação num marco histórico-cultural protegido. “Não há outra pessoa ou lugar na cidade de Los Angeles tão icónico como Marilyn Monroe e a sua casa em Brentwood”, afirmou Traci Park, a deputada do município que apresentou a proposta para tornar a casa um marco histórico, citada pelo New York Times. “Perder este pedaço de história, a única casa que Marilyn Monroe alguma vez teve, seria um golpe devastador para a preservação histórica e para uma cidade onde menos de 3% das designações históricas estão associadas ao património feminino.”

No entanto, ainda é possível que toda a estrutura venha a ser relocalizada, o que permitiria aos novos proprietários avançarem com os seus planos sem comprometer o legado histórico. Até porque, sendo Brentwood um bairro residencial, ninguém vê com bons olhos o nascimento ali de uma meca turística.

Marilyn Monroe comprou a casa no início de 1962, pouco depois do divórcio de Arthur Miller e numa altura em que estava a gravar Something's Got to Give, que ficaria inacabado. Na época, a residência, em estilo colonial e com um piso, tinha quatro quartos e três casas de banho, piscina e um pequeno jardim com árvores de fruto e custou cerca de 77.500 dólares, valor que, com inflação, sem contar com a valorização e a especulação do sector imobiliário, corresponde a actuais 811.345 dólares (757.750 euros).

No entanto, a actriz pouco usufruiu do espaço: foi encontrada morta no quarto principal da casa, a 5 de Agosto de 1962. A autópsia concluiu que a actriz morrera na noite do dia anterior, de intoxicação por barbitúricos; a sua morte foi classificada como um provável suicídio.

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