Quem representa o ciclismo português nos Jogos Olímpicos?

O ciclismo português terá a maior delegação de sempre num ano de “muita qualidade e poucas vagas”.

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Rui Oliveira e Iúri Leitão em Outubro de 2021 ANTHONY ANEX / EPA
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Nelson Oliveira e Rui Costa vão representar Portugal nas provas de estrada dos Jogos Olímpicos Paris 2024, com o campeão mundial de omnium, Iúri Leitão, a unir-se a Rui Oliveira na pista, anunciou a Federação Portuguesa de Ciclismo esta quinta-feira.

Os dois mais experientes ciclistas portugueses entre os pré-convocados foram os eleitos do seleccionador José Poeira, em detrimento de João Almeida (UAE Emirates), terceiro classificado no Giro 2023, do recém-coroado campeão nacional de contra-relógio e vigente vice-campeão mundial de Sub-23, António Morgado (UAE Emirates), de Ruben Guerreiro (Movistar) e de Rui Oliveira (UAE Emirates).

Esta será a quarta participação de Nelson Oliveira (Movistar) em Jogos Olímpicos. O atleta foi o responsável por conquistar uma quota extra para Portugal no contra-relógio, com o seu sexto lugar nos Mundiais de 2023.

Além do ciclista de 35 anos, recordista de presenças olímpicas no ciclismo (Londres 2012, Rio 2016, onde foi sétimo no "crono", e Tóquio 2020), José Poeira escolheu Rui Costa (EF Education-EasyPost), que, no domingo, se sagrou, pela terceira vez na carreira, campeão nacional de fundo.

Aos 37 anos, o campeão mundial de 2013 irá participar pela terceira vez em Jogos Olímpicos, depois de um 10º lugar no Rio 2016 e um 13º em Londres 2012, ambos na prova de fundo.

"Foi das decisões mais difíceis que tive de tomar ao longo destes anos. Temos demasiada qualidade para tão poucas vagas olímpicas. Escolhi dois corredores, com base nas suas características e adaptação aos percursos das provas, mas qualquer um dos pré-convocados daria garantias de uma representação digna, de qualidade e ambiciosa de Portugal. Com as escolhas que agora anunciámos, temos a ambição de lutar pelo diploma olímpico no contra-relógio e de trabalhar em equipa para nos batermos pelas melhores posições na prova de fundo", indicou José Poeira, citado na newsletter da FPC.

Oliveira e Costa vão alinhar no contra-relógio, a 27 de Julho, e na prova de fundo, a 3 de Agosto.

Para a estreia lusa em provas masculinas de pista, sem surpresas, Gabriel Mendes seleccionou o campeão mundial Iúri Leitão para o omnium, com o vianense da Caja Rural a ter a companhia de Rui Oliveira, o único ciclista que estava pré-seleccionado nas duas vertentes, no madison.

O seleccionador de pista preteriu Ivo Oliveira (UAE Emirates), que regressou este fim-de-semana à competição após ter fracturado a mão, João Matias (Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua) e Diogo Narciso (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), que correm em duas equipas nacionais.

"Há quatro anos, conseguimos a estreia na vertente feminina. Agora, estaremos também presentes no sector masculino. E conseguir um resultado semelhante ao de há quatro anos - um diploma olímpico - seria muito bom", antecipou o seleccionador nacional de pista.

Já em femininos, Maria Martins repete presença, com Gabriel Mendes a escolher a mulher que estreou o ciclismo de pista português em Jogos Olímpicos, sendo sétima em Tóquio 2020.

Embora tenha falhado a selecção na pista, Daniela Campos (Eneicat-CMTeam) é a eleita para o regresso das mulheres lusas à prova de estrada dos Jogos Olímpicos.

Vinte e oito anos depois da participação de Ana Barros na prova de fundo dos Jogos Olímpicos Atlanta 1996, a recém-coroada campeã nacional de fundo e contra-relógio vai alinhar, a 4 de Agosto, nos 158 quilómetros nas ruas de Paris.

Se Campos fará a estreia em Jogos, Raquel Queirós (BH Coloma Team), 27.ª em Tóquio 2020, repetirá presença, sendo a eleita do seleccionador nacional de BTT, Pedro Vigário, para ocupar a vaga na prova feminina de cross country olímpico (XCO).

O ciclismo português terá em Paris 2024, que decorre entre 26 de Julho e 11 de Agosto, a maior delegação de sempre em Jogos Olímpicos.

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