Aldeia de Lobos: festival comunitário celebra o lobo-ibérico em aldeia de Montalegre

Na aldeia onde antigamente o lobo era levado para morrer, nasceu em 2018 um festival que visa a sua preservação. É o Festival Aldeia de Lobos em Fafião, Montalegre, dias 12 e 13 de Julho.

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Estátua do Lobo de Fafiao. com a barragem de Salamonde ao fundo José Sergio
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O festival comunitário Aldeia de Lobos decorre entre 12 e 13 de Julho, em Fafião, Montalegre, e celebra esta espécie protegida com concertos no antigo fojo, exposições nas cortes dos animais e ruas e caminhadas.

Na aldeia onde antigamente o lobo era levado para morrer, nasceu em 2018 um festival que visa a sua preservação.

A Associação Vezeira disse, em comunicado, que "longe vão os tempos em que esta espécie, hoje em estado ameaçado, era inimiga da população de Fafião", uma aldeia da freguesia de Cabril, localizada em pleno Parque nacional da Peneda-Gerês (PNPG), em área do distrito de Vila Real.

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Miradouro de Fafião José Sérgio

O festival comunitário tem como protagonista central o lobo-ibérico e a sua relação com a comunidade local, mas tem também como objectivo a preservação das tradições locais, como a vezeira que se traduz no pastorear à vez pela serra, seja o gado bovino ou caprino.

Segundo a organização, durante os dois dias, as cortes onde pernoitam os animais abrem as portas para acolher exposições e instalações artísticas que incluem têxtil, artes plásticas, cerâmica da autoria de vários elementos da Associação Acendalha.

Pelas ruas da aldeia, espalhar-se-ão outras intervenções artísticas e tradicionais, nomeadamente uma exposição de fotografia retroiluminada da autoria de Carlos Pontes sobre o lobo ibérico.

As exposições e instalações serão ainda protagonizadas por Dora Vieira (artes plásticas), Vanessa Silva (pintura), Carolina Garfo (cerâmica), Mariya Nesvyetaylo (pintura) e Celestino André (escultura e pintura).

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O cartaz deste ano dr

No Ecomuseu do Barroso, serão inauguradas exposições da autoria da Associação de Conservação do Habitat do Lobo Ibérico (ACHLI) onde é retratado o habitat do lobo-ibérico, e outra sobre os mais recentes censos do lobo, onde a entidade envolvida é o Grupo Lobo.

O grupo de restauro Dalmática irá ainda realizar uma exposição biográfica dos santos que compõem o interior da capela da aldeia.

O festival também se faz de muita música, desde as arruadas aos concertos que decorrerão no palco instalado no fojo do lobo, antiga armadilha para os lobos.

Em Fafião vão actuar Rosa Mimosa y Sus Mariposas, SAL, os Gaiteiros de Pitões, Azeituna, Nahuel Coletivo, os Galandum Galandaina, Zancudo Berraco, Epirex, a DJ Diana Oliveira, Charanga BCB, That German Guy, Mestre Barachinha com Maracatu Estrela de Tracunhaem, Esoteric e Charange El Tatoo.

Haverá ainda um mercadinho de produtos endógenos agrícolas da aldeia, venda de artesanato, caminhadas por trilhos ancestrais e será recriada a queimada galega por Ulisses Pereira.

Os visitantes poderão ainda participar em sessões de vídeo acompanhadas pelo criador do projecto "Life", Francisco Álvares, ou na tertúlia "Do garrano ao pastoreio extensivo".

A edição deste ano conta com a parceria de várias entidades ligadas à protecção da espécie e coligados num projecto de parceria, "LIFE Wild Wolf", bem como da plataforma Loboibérico.pt, criada para melhorar o conhecimento da sociedade sobre o lobo-ibérico. Mais informações no Facebook e Instagram do festival.