Tribunal Arbitral decreta serviços mínimos em greve na CP esta sexta-feira

Os trabalhadores da CP, em greve esta sexta-feira, reivindicam a valorização das suas carreiras, segundo um documento subscrito por mais de 10 organizações sindicais.

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Convocatória de greve abrange todos os trabalhadores e vai decorrer durante todo o dia de sexta-feira Rui Gaudêncio
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O Tribunal Arbitral decidiu decretar serviços mínimos, de cerca de 25%, na greve que irá decorrer na CP – Comboios de Portugal, e que na sexta-feira contará com a adesão de vários sindicatos. O acórdão foi divulgado esta quarta-feira.

Os trabalhadores da CP estarão em greve na sexta-feira, reivindicando a valorização das suas carreiras, segundo um documento subscrito por mais de 10 organizações sindicais.

"Um conjunto de organizações sindicais tem reunido no sentido de analisar os processos negociais na CP e na IP [Infra-estruturas de Portugal], tendo, para já, decidido entregar um pré-aviso de greve para a CP para o próximo dia 28 de Junho", lê-se no comunicado conjunto, divulgado em 12 de Junho.

A greve abrange todos os trabalhadores e vai decorrer durante todo o dia, salvaguardando "as situações de entrada antes das 00h00 horas e das saídas após as 24h00 horas desse dia".

A decisão do tribunal sobre esta paralisação e outra convocada entre os dias 27 de Junho e 14 de Julho inclui, além dos tradicionais serviços mínimos em comboios de socorro e transporte de mercadorias perigosas e bens perecíveis, uma lista de comboios que devem ser assegurados.

Destes, o serviço de longo curso contará, na sexta-feira com cerca de 23% do serviço assegurado, os regionais com 25%, os urbanos de Lisboa com 25%, os urbanos do Porto com 25% e os urbanos de Coimbra com 24%.

“Serão assegurados os meios humanos e materiais necessários à concretização dos serviços mínimos fixados, incluindo, designadamente, as marchas associadas, bem como o seu início, fecho, posicionamento e restantes operações necessárias”, segundo o Tribunal.

A greve terá a adesão da Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), da Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO), do Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), do Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (SINAFE), do Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (Sindefer) e do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infra-estruturas e Afins (SINFA).

O Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), o Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), o Sindicato Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), o Sindicato dos Transportes Ferroviários (STF), o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) também irão aderir.

As estruturas sindicais entendem que as propostas da administração da CP não respondem à necessidade de valorização das carreiras de todos os trabalhadores da empresa.

"É a altura de passar do descontentamento manifestado nas conversas nos locais de trabalho para a acção e luta. Todos juntos, em unidade, vamos manifestar à administração da CP e à tutela sectorial que os trabalhadores querem ver melhoradas as suas condições de trabalho", assinalaram.

Os sindicatos ressalvaram não ter avançado para a greve na IP, uma vez que ainda vão decorrer reuniões. Posteriormente, os sindicatos vão avaliar se existiram ou não evoluções que vão ao encontro das exigências apresentadas. O serviço de longo curso contará com cerca de 23% do serviço assegurado, os regionais, os urbanos de Lisboa e do Porto com 25%.