EUA temem que a Rússia esteja a ajudar programa nuclear da Coreia do Norte

“Acreditamos que há discussões sobre o que a Coreia do Norte recebe em troca” pelo fornecmento de armas a Moscovo, afirma secretário de Estado adjunto norte-americano.

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Vladimir Puin e Kim Jong-un durante a visita do Presidente russo à Coreia do Norte KCNA / VIA REUTERS
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As conversações entre a Rússia e a Coreia do Norte sobre o que Pyongyang receberá em troca do fornecimento de armas a Moscovo poderão estar relacionadas com o desenvolvimento de mísseis nucleares de longo alcance por parte do regime de Kim Jong-un, afirmou nesta segunda-feira o secretário de Estado adjunto dos EUA, Kurt Campbell.

Campbell disse ainda, num evento organizado pelo think tank Council on Foreign Relations, que a China está provavelmente preocupada com a possibilidade de Pyongyang ser encorajada pela visita do Presidente russo, Vladimir Putin, à Coreia do Norte, na semana passada, a tomar medidas “provocatórias” que poderiam levar a uma crise no Nordeste da Ásia.

O responsável norte-americano referiu que a China, o Irão e a Coreia do Norte aumentaram a cooperação com a Rússia em matéria de segurança, e que a China e a Coreia do Norte foram os que mais apoiaram a reconstituição da base industrial de defesa da Rússia após a invasão da Ucrânia. “Em troca, a Rússia está a apoiar os avanços nos programas militares de todos esses três parceiros”, disse Campbell.

“Há limites para essas parcerias, mas elas não podem ser ignoradas”, afirmou, repetindo as acusações dos EUA de que a Coreia do Norte está a fornecer à Rússia projécteis de artilharia, mísseis de longo alcance e outras capacidades.

“Acreditamos que há discussões sobre o que a Coreia do Norte recebe em troca, e podem estar associadas aos seus planos de desenvolvimento nuclear ou de mísseis de longo alcance, talvez outras coisas no domínio da energia e afins.”

Na quinta-feira, Putin disse que a Rússia poderia fornecer armas à Coreia do Norte, no que sugeriu ser uma resposta na mesma moeda ao armamento ocidental recebido pela Ucrânia.

O acordo de defesa mútua assinado por Vladimir Putin e Kim Jong-un foi nesta segunda-feira condenado, em conjunto, por EUA, Japão e Coreia do Sul. Os três países lamentaram as “contínuas transferências de armas” de Pyongyang para as forças russas, num comunicado conjunto pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul.

Estas armas “prolongam o sofrimento do povo ucraniano, violam múltiplas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e ameaçam a estabilidade, tanto no Nordeste da Ásia como na Europa”, de acordo com o documento.

As três nações prometeram “reforçar ainda mais a cooperação diplomática e de segurança para combater as ameaças representadas pela RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte] à segurança regional e global e evitar uma escalada da situação”.

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