Novo aeroporto pode ser construído até 2030 se houver bom planeamento, diz Rosário Partidário

Coordenadora da comissão técnica independente considera que os grandes eventos como o Mundial de Futebol costumam ser um “factor de motivação muito forte” para as obras terem bom andamento.

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Daniel Rocha
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A coordenadora da Comissão Técnica Independente (CTI) do novo aeroporto de Lisboa afirmou neste sábado que é possível construir aquela infra-estrutura aeroportuária no Campo de Tiro de Alcochete (CTA) antes do Mundial de Futebol de 2030, se houver um bom planeamento.

"Eu acho que sim, [que o novo aeroporto pode ser construído até 2030], sobretudo se chegarmos à conclusão de que o mundial é uma justificação suficiente para ter um [novo] aeroporto, para trazer os adeptos e as equipas a Portugal", disse Rosário Partidário.

"Portugal, em todas as grandes iniciativas que tem tido, tem sempre um factor de motivação muito forte. Ou é a Expo-98, ou são as Jornadas da Juventude. E, se calhar, é bom termos o mundial como uma justificação para ter uma infra-estrutura destas preparada para receber a procura que, eventualmente, vai haver", acrescentou.

Rosário Partidário falava aos jornalistas depois de participar num encontro promovido pela plataforma cívica contra a construção do novo aeroporto na Base Aérea do Montijo para celebrar a decisão do Governo de construir o novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), que foi considerada a melhor opção pela CTI.

"É exequível [construir o novo aeroporto até 2030] se houver planeamento, organização e decisões rápidas", frisou Rosário Partidário. No encontro realizado na Sociedade Os Franceses, no Barreiro, no distrito de Setúbal, em que foi elogiada e homenageada pela plataforma cívica pela "qualidade e pela isenção" do trabalho realizado pela CTI, Rosário Partidário alertou também para a necessidade de se fazer "um plano director" para o novo aeroporto.

"Aquilo é uma infra-estrutura que vai ter um impacto territorial muitíssimo grande, porque, obviamente, vai atrair muita procura do ponto de vista das indústrias, das empresas, serviços de infra-estruturas, disto tudo. E, portanto, aquilo não pode acontecer ao acaso. Tem que haver um plano director, que, aliás, no projecto anterior já estava previsto", justificou.

"Tem sempre que haver um plano director quando há um investimento que vai provocar um impacto territorial muito grande. Tem que ser assim, não é uma coisa que seja sequer discutível ou debatível, porque está em causa, justamente, a forma como depois, quer a preservação dos valores naturais existentes, quer a futura organização daquele território, se vai desencadear", acrescentou.

Rosário Partidário considerou ainda que, se houver um bom planeamento, seja o planeamento director territorial, seja o planeamento da construção, envolvendo todos os atores que têm relevância para o desenvolvimento do projecto, o novo aeroporto "não vai levar muito tempo a construir".