Novas provas sugerem que Baldwin foi imprudente com arma que matou Halyna Hutchins, dizem os procuradores

Um vídeo gravado pela supervisora de guiões Mamie Mitchell, algumas horas antes do tiro que matou Hutchins, parece mostrar Baldwin a engatilhar a arma e, possivelmente, a premir o gatilho.

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Alec Baldwin, em Janeiro, pouco antes de ouvir a formalização da acusação de homicídio involuntário de Halyna Hutchins David 'Dee' Delgado/REUTERS/Arquivo
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Novas provas podem mostrar que Alec Baldwin foi imprudente com o revólver, antes de a arma disparar um tiro que matou a directora de fotografia de Rust, Halyna Hutchins, em 2021, alegaram os procuradores antes do julgamento por homicídio involuntário do actor, agendado para Julho.

As evidências, que incluem imagens e vídeos da equipa e de um fotógrafo do set, mostram que Baldwin apontou a sua arma a um membro da equipa e disparou um tiro, que manteve o dedo no gatilho quando não deveria e que se envolveu em brincadeiras com a arma, disseram promotores estaduais na segunda-feira.

A equipa jurídica de Baldwin apresentou uma moção na segunda-feira para rejeitar as acusações dos procuradores, que construíram o seu caso em torno da hipótese não provada de que a arma estava a funcionar correctamente e que não poderia ter disparado a menos que o actor tivesse premido o gatilho, facto que Baldwin nega.

De acordo com os advogados do actor e produtor do filme, a arma terá sido modificada, permitindo-lhe disparar sem puxar o gatilho, uma questão que se tornou central no caso que dura há 17 meses.

Hutchins morreu depois de a armeira de Rust, Hannah Gutierrez, ter carregado por engano uma bala real no revólver Colt .45 utilizado por Baldwin durante as filmagens numa igreja perto de Santa Fé, no Novo México. Em Março, Gutierrez foi considerada culpada de homicídio involuntário e, em Abril, foi condenada a 18 meses de prisão, a mesma pena que Baldwin terá de cumprir se for considerado culpado.

Baldwin, a estrela de Rockefeller 30, disse que lhe foi ordenado que apontasse a arma para a câmara, que a engatilhasse e que aquela "disparou" sozinha.

Entre as provas aparentemente novas que os procuradores tencionam apresentar no julgamento de 9 de Julho, figura uma imagem da fotógrafa Karen Kuehn, tirada minutos antes de uma chamada para o número de emergência sobre o tiroteio.

Na fotografia, Baldwin parece ter o dedo dentro do guarda-mato e o polegar sobre o martelo, afirmaram os procuradores Kari Morrissey e Erlinda Johnson no processo.

Um vídeo gravado pela supervisora de guiões Mamie Mitchell algumas horas antes do tiroteio parece mostrar Baldwin a engatilhar a arma e, possivelmente, a premir o gatilho, disseram os procuradores.

Num outro vídeo não especificado, no dia do tiroteio, Baldwin é convidado a apontar o revólver para a esquerda da câmara e engatilha a arma, apesar de não lhe ter sido pedido. Há alguns indícios de que ele também puxa o gatilho da arma, alegaram os procuradores.

As directrizes de segurança de armas de fogo da indústria cinematográfica dizem aos actores para nunca porem o dedo no gatilho até estarem prontos para disparar, tratarem todas as armas de fogo como se estivessem carregadas e não apontarem uma arma a ninguém, a não ser que seja absolutamente necessário, e depois de consultarem um perito em segurança.

Algumas das provas em vídeo enumeradas pelos procuradores parecem já ter sido apresentadas no julgamento de Gutierrez, em Março.