Eslováquia-Ucrânia: a boa e a má surpresa

Eslovacos querem dar continuidade à boa entrada no Europeu, ucranianos querem esquecer a goleada sofrida com os romenos.

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Lunin vai dar lugar a Trubin na baliza ucraniana depois dos três golos sofridos frente à Roménia Michaela Stache / REUTERS
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Não houve muitos resultados surpreendentes na primeira ronda de jogos do Europeu. Mas houve dois. E no mesmo grupo, o Grupo E. A Eslováquia aguentou tudo o que a Bélgica lhe atirou e ainda conseguiu marcar um golo que deu uma vitória mínima, enquanto a Ucrânia terá ficado tão surpreendida como toda a gente ao ver entrar três golos romenos na sua baliza sem conseguir marcar nenhum. Pelos resultados anteriores, há duas formas de olhar para o Eslováquia-Ucrânia desta sexta-feira, em Dusseldorf (14h, SPTV1): os eslovacos querem continuidade, os ucranianos querem ser diferentes.

Depois da goleada sofrida frente aos romenos, foi notícia na imprensa internacional que os jogadores ucranianos fecharam a porta do balneário ao próprio seleccionador Serhyi Rebrov e à restante equipa técnica. Uma revolta dos jogadores? Nada disso, garantiu Rebrov.

“Talvez na Alemanha isso não seja normal, mas no nosso país é absolutamente normal, onde os rapazes falam entre eles e fazem perguntas sobre o que aconteceu”, garantiu o seleccionador ucraniano. “Todos somos responsáveis, treinador e jogadores”, acrescentou.

Não seria esta a entrada que a Ucrânia desejaria neste Europeu e a desilusão, claro, não é apenas desportiva. Há mais de dois anos em guerra com a federação russa, a Ucrânia vai batalhando pelo apoio da comunidade internacional e a sua selecção de futebol acaba por ser um símbolo de orgulho nacional e faz com que o mundo não se esqueça da guerra. E um bom Europeu também será uma boa mensagem para quem tem de lidar no terreno com o conflito. “Temos muitos adeptos e queremos mostrar que também lutamos por eles”, assinalou Ruslan Malinovski, experiente médio do Génova.

A Eslováquia não tem este nível de investimento emocional no jogo – não está em guerra com ninguém. Mas esta é uma oportunidade de ouro para se afirmar ao mais alto nível do futebol europeu e largar a aura de herdeiro menor da herança futebolística de um antigo campeão europeu, a Checoslováquia.

No seu terceiro Europeu consecutivo a representar uma nação independente, a selecção orientada pelo italiano Francesco Calzona quer mais (só passou da fase de grupos em 2016), mas nada está garantido e a vitória sobre a Bélgica só valeu três pontos.

“A nossa maior força é a humildade. Temos de dar 110% se queremos agradar à nossa gente. Não penso que tenha sido difícil preparar os jogadores mentalmente. A euforia durou algumas horas, mas três pontos não chegam para seguirmos em frente. Não podemos celebrar já”, alertou o italiano.

Este Eslováquia-Ucrânia terá uma conexão portuguesa e irá colocar frente a frente dois jogadores que se defrontaram esta época na I Liga, Robert Bozenik, ponta-de-lança eslovaco do Boavista (e titular da sua selecção), e Anatoli Trubin, guarda-redes ucraniano do Benfica, que deverá ocupar a titularidade nesta sexta-feira, relegando para o banco Lunin, do Real Madrid. Os dois defrontaram-se uma única vez no campeonato, num jogo em que os “encarnados” triunfaram por 2-0. Na primeira volta, ganhou o Boavista por 3-2, com dois golos de Bozenik, mas quem estava na baliza do Benfica era Vlachodimos.

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