Eslováquia entrou forte, mas não resistiu à revolta ucraniana

Trubin evitou um desastre na primeira parte e Yaremchuk consumou a reviravolta a dez minutos do fim.

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Lobotka e Mudryk em duelo no Eslováquia-Ucrânia Thilo Schmuelgen / REUTERS
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A Ucrânia refez-se do pesadelo da estreia no Europeu e bateu, esta sexta-feira, a Eslováquia (2-1) em jogo da segunda ronda do Grupo E com uma reviravolta conseguida na segunda parte, negando, assim, o apuramento antecipado aos eslovacos, que tiveram a passagem aos "oitavos" na mão.

Em Dusseldorf, a Eslováquia surgiu empenhada em repetir o surpreendente resultado da primeira ronda, em que bateu a favorita Bélgica. E a verdade é que a equipa orientada pelo italiano Francesco Calzona não deixou margem para dúvidas quanto à capacidade técnica e táctica, exercendo uma pressão permanente que impediu os ucranianos de gizarem um plano capaz de apagar a goleada sofrida com a Roménia.

Rebrov, seleccionador da Ucrânia, fez quatro alterações em relação ao "onze" inicial do jogo de estreia no Euro, com destaque para a inclusão de Yarmolenko, já que a entrada de Trubin para render Lunin na baliza era esperada.

E se o extremo esteve distante do pretendido, apesar da motivação de estar a dois golos de igualar o recorde de Andriy Shevchenko, antigo avançado e actual líder da federação ucraniana, a escolha de Trubin não podia ter sido mais feliz. ​

Com três defesas providenciais, o guarda-redes do Benfica ainda travou a primeira vaga eslovaca. Garantia insuficiente para evitar o primeiro golo da tarde (17'), de novo na sequência de um lançamento lateral (embora desta vez favorável à Eslováquia) e mais uma vez pelo extremo direito Schranz, que igualou o alemão Musiala no topo dos marcadores.

A Ucrânia parecia abatida. Mas, depois de uma boa dezena de minutos em que não foi capaz de impressionar ou mostrar argumentos para contrariar a organização do adversário, sempre bem conduzido por Lobotka, o avançado Dovbyk​ esteve perto de empatar. Outra novidade no "onze", o lateral direito Tymchyk reforçou a resposta com um remate ao poste, após estirada de Dubravka.

Mudryk ajudava a sublinhar a prova de vida dos ucranianos, que regressaram do intervalo preparados para imporem uma narrativa diferente, como se viu no lance do empate, com finalização de Shaparenko (54'), após transição de Mudryk, Dovbyk e Zinchenko, que fez a assistência, redimindo-se da falha posicional no golo de Schranz.

Subitamente, a Eslováquia era forçada a pensar no plano B, priorizando uma estratégia de menor risco, já que o empate a deixaria em excelente posição para garantir os oitavos-de-final. Os primeiros ajustes dos treinadores reforçaram a dinâmica do jogo, com a Ucrânia a refrescar o ataque e a Eslováquia a acautelar o resultado.

Um risco óbvio, como se viu em duas perdas de bola dos eslovacos, já com Lobotka em dificuldades. E como não há duas sem três, Yaremchuk, que já tinha oferecido um golo "cantado" a Mudryk, fez o que toda a nação ucraniana esperava, colocando a selecção em vantagem a dez minutos dos 90.

O ex-Benfica tirou um peso enorme das costas da Ucrânia, que renasceu das cinzas para baralhar e dar de novo nas contas do Grupo E, que este sábado terá um Bélgica-Roménia.

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