O vento assobia nas gruas, o cinema assobia para o lado

Nunca se estrearam tantos filmes portugueses, nunca o nosso cinema foi tão aclamado, nunca em Portugal quisemos saber tão pouco dele. Quem tem culpas no cartório? A produção, o público, a divulgação?

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Miguel Gomes na 77.ª edição do Festival de Cinema de Cannes quando recebeu o prémio de realização pelo filme Grand Tour Sarah Meyssonnier/Reuters
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Esta semana, cinco filmes de produção portuguesa têm estreia nos nossos cinemas. Um documentário sobre a Orquestra Gulbenkian, Soma das Partes; um filme-ensaio à volta do poeta Fernando Pessoa, Onde Está o Pessoa?; e um programa de curtas-metragens de temática queer, Ovnis, Monstros e Utopias. Ergue-se assim a 38 o número de produções e co-produções portuguesas estreadas desde 1 de Janeiro — duas por semana em média. Excluindo os novos lançamentos, esses filmes fizeram no seu conjunto 80 mil espectadores, segundo os dados do ICA.

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