Incêndio num paiol na capital do Chade faz nove mortos

O fogo provocou múltiplas explosões que assustaram os habitantes de N’Djamena. Presidente afirmou que é preciso tirar ilações deste episódio e deixar de ter depósitos de munições dentro da cidade.

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Militares no local da explosão na base situada na área de Goudji, na capital N'Djamena Israel Matene / REUTERS
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A noite iluminou-se durante meia hora com o fogo e as explosões na noite de terça-feira num paiol perto da capital do Chade, N’Djamena, que provocou a morte de nove pessoas e ferimentos em 46 outras, segundo o primeiro balanço oficial citado pela ABC News. O incêndio no depósito de armas militar provocou inúmeras explosões que atiraram projécteis pelo ar. Várias casas na capital chadiana ficaram danificadas.

Uma testemunha citada pela Reuters afirma que ouviu explosões e viu chamas durante uma hora, com o fumo a espalhar-se pela cidade. O paiol estava situado numa área junto ao principal aeroporto internacional do país, mas as autoridades garantem que o mesmo não foi afectado pelo incidente.

“Fomos acordados por grandes rebentamentos”, contou à BBC Moustapha Adoum Mahamat. "A nossa casa estava a tremer como se alguém estivesse a disparar contra nós. Depois vimos um grande incêndio na base militar e fumo e coisas a explodir no ar", explicou. “Podíamos ver a artilharia a passar por cima de nós.”

Habitantes da zona chegaram a entrar em pânico pensando que se tratava de um ataque armado, disse Oumar Mahamat, residente na área, citado pela Africa News.​ Afirma a imprensa local que as explosões começaram pouco antes da meia-noite.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chadiano, Abderaman Koulamallah, escreveu no X (antigo Twitter) que o depósito militar em causa está situado em Goudji, na zona norte de N’Djamena. À imprensa francesa afirmou que se tratou de um incêndio acidental.

O Presidente Mahamat Idriss Déby Itno deslocou-se esta quarta-feira ao local do incêndio e ao Centro Hospitalar-Universitário de Referência Nacional para visitar os feridos, prometendo uma investigação às causas do acidente.

Mahamat Idriss Déby afirmou aos jornalistas que “uma comissão de inquérito foi criada para saber as causas do que aconteceu e, depois disso, tomaremos medidas e retiraremos ilações no que diz respeito à construção de paióis em plena cidade, porque não é a primeira vez que temos este tipo de explosões em depósitos de munições”.

Segundo Koulamallah, que é o porta-voz do Governo, chegou a temer-se o pior deste acidente, cujas consequências trágicas acabaram por ser mais limitadas: “Estávamos à espera de dezenas e dezenas de mortos. No fim, o dano colateral não foi muito grande. Não tivemos muitas perdas de vida entre os civis.”

“Os soldados tiveram tempo de retirar os veículos, as armas pesadas, etc., e conseguiram também abrigar-se”, explicou o ministro à AFP.

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