Croácia e Albânia lutam pela vida no “grupo da morte”

Apesar da proximidade, selecções dos dois países balcânicos nunca se defrontaram.

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Luka Modric depois da derrota com Espanha Annegret Hilse / REUTERS
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Pouco mais de uma centena de quilómetros separam a Croácia da Albânia, mas apesar da proximidade na Península Balcânica as selecções dos dois países nunca se defrontaram em qualquer competição oficial ou oficiosa. A estreia absoluta está marcada para esta quarta-feira, em Hamburgo, na Alemanha, e antecipa-se dramática, face às derrotas das duas equipas na ronda inaugural do Grupo B, intitulado “da morte”, do Euro 2024.

Em apenas uma semana, os croatas experimentaram uma autêntica montanha russa de expectativas. No último jogo de preparação, no dia 8, o conjunto liderado por Zlatko Dalic surpreendeu Portugal, no Estádio Nacional, vencendo por 2-1. Mas o optimismo depressa deu lugar à apreensão face à derrota por pesados (ainda que enganadores) 3-0 com a Espanha, no dia 15, na abertura da sua participação no europeu alemão.

Menos chocante foi o desaire dos albaneses, na mesma ronda, frente à Itália, por 2-1. A disputar apenas a sua segunda fase final de uma grande competição, após a estreia no Euro 2016, a equipa orientada pelo brasileiro Sylvinho até começou com o pé direito e a fazer história. Logo aos 23 segundos da partida, Nedim Bajrami fez o golo mais rápido de sempre na competição e deixou em sentido a selecção campeã europeia, que teve de se aplicar para sair à justa com os três pontos em disputa.

O resultado, apesar de negativo, deixou uma boa imagem do potencial desta Albânia que não se estendeu aos seus adeptos. A federação do país enfrenta acusações disciplinares face ao mau comportamento dos seus apoiantes, que incluíram, segundo a UEFA, uma “mensagem provocatória”, arremesso de objectos, uso de material pirotécnico e invasão de campo.

Mais talhada para boas carreiras em mundiais (finalista vencida em 2018) do que na prova continental, a Croácia chegou a esta competição com vontade de abrilhantar a provável despedida de Luka Modric, uma das maiores lendas do futebol croata.

A decepcionante derrota com os espanhóis destapou fragilidades defensivas, mas a equipa terminou com mais posse de bola do que o seu adversário (54%) e foi a primeira a fazê-lo num jogo oficial face a Espanha desde 2008.

Com a Croácia de orgulho ferido e esfomeada por pontos, resta aos albaneses voltarem a surpreender, como fizeram ao vencer o seu grupo de apuramento para esta competição, à frente da rep. Checa e da Polónia, que a seguiram para a Alemanha.

Esta será também a oportunidade do pouco experiente Sylvinho comprovar predicados como técnico. Aos 49 anos, o brasileiro cumpre apenas a sua terceira experiência como treinador principal, após uma efémera passagem pelo Lyon, da França, em 2019-20, onde somou curtos 11 jogos; e pelo Corinthians, entre 2021 e o início de 2022, também sem sucesso.

Ao seu lado, como adjunto, volta a ter Doriva, um velho conhecido do futebol português, onde jogou pelo FC Porto entre 1997 e 1999.

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