Gume, uma música bem afiada e inclassificável no Ciclo Casa da Cerca 2024

O primeiro dos Concertos ao Pôr do Sol no ciclo Há Música na Casa da Cerca, em Almada, será no dia 29 de Junho, com os Gume. Antes, há músicas escolhidas por Luaty Beirão.

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Os Gume DR
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Anunciado em Maio, o programa da 10.ª edição do ciclo Há Música na Casa da Cerca, em Almada, abriu no dia 25 desse mês com um concerto de Marco Oliveira e Ana Sofia Paiva, Paz, Poeta e Pombas, a celebrar a obra de José Afonso. O segundo, que será o primeiro dos Concertos ao Pôr do Sol, quatro ao todo, traz-nos agora os Gume, sexteto agora formado por Yaw Tembe (trompete e voz), Sebastião Bergmann (bateria), André David (guitarra), Pedro Monteiro (baixo), Raquel Lima (voz e textos) e Juninho Ibituruna (percussão). Será, como os demais deste ciclo, no Anfiteatro do Jardim Botânico, no dia 29 de Junho às 21h30.

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Raquel Lima, uma das vozes dos Gume DR

Já com dois discos no activo, Pedra Papel (2017) e Dobra (2023), é neste último que os Gume assentarão o presente concerto. Se o seu primeiro disco, como escreveu Mário Lopes no Ípsilon em 2023, era um “álbum onde já se manifestava uma capacidade sincrética”, é no segundo que isso “se expande admiravelmente”: “O segundo álbum do conjunto lisboeta”, escreveu Mário Lopes nesse seu texto, “habita um lugar deliciosamente inclassificável. Jazz, afrobeat, composição erudita, rumor eléctrico, voz urgente e ritmo incessante”. Por sua vez, no texto que anuncia o concerto, a organização do Há Música na Casa da Cerca, acrescenta: “O conjunto de músicos, sediados em Lisboa, manifesta aqui uma relação entre o real e o simbólico, balançando em direcção a uma mitologia sonora em temas que ressoam os axiomas lançados por Sun Ra: I do not come to you as a reality; I come to you as the myth!

Antes da actuação dos Gume, e como parte dos Concertos ao Pôr do Sol 2024, ouvir-se-ão, a partir das 19h, músicas escolhidas por personalidades convidadas, entre actores, músicos, escritores, artistas, etc. O convidado no dia 29 é Luaty Beirão, rapper, activista e antigo preso político angolano e integrante, com Pedro Coquenão, do projecto musical IKOQWE.

O próximos concertos deste ciclo levarão à Casa da Cerca o jazz do Mário Costa Quartet (a (27 de Julho), o cantor e compositor Paulo Ribeiro (de Beja) com o grupo coral Cantadeiras de Essência Alentejana (Almada) (31 de Agosto) e o hip hop de DJ Ride (28 de Setembro). Num outro programa, o dos Concertos Invisíveis (momentos musicais em que se escuta a música sem ver o seu intérprete), a convidada, desta vez, é a cantora e violoncelista e clarinetista Sandra Martins (26 de Outubro), que ultimamente tem integrado a Orquestra Assintomática de Martín Sued, com a qual actuou na Casa da Cerca em Agosto de 2023.

O ciclo Há Música na Casa da Cerca foi criado em 2015, em parceria, pela Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea e a PontoZurca - editora e produtora discográfica. Em 2023 actuaram no ciclo João Mortágua Math Trio, Luca Argel Trio Elisa Rodrigues, Coladera, Martín Sued & Orquestra Assintomática, João Cabrita Trio, Will Samson e HUH!

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