A exibição de cinema em Portugal está em crise? Sim — porque não há filmes

Abril e Maio de 2024 foram os piores meses das salas portuguesas numa década (pandemia à parte). Mas vale a pena apontar que não se fazem omeletes sem ovos, e sem filmes de peso não há mercado.

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A segunda parte do épico de ficção científica Dune foi um dos três filmes mais vistos em Portugal até 12 de Junho dr
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Desde 2013 que não se ia tão pouco ao cinema em Portugal nos meses de Abril e Maio. A conclusão é do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), que colige os números que fazem o retrato do sector e nos dizem que, em Maio, 664.884 espectadores renderam 3,9 milhões de euros de receita de bilheteira — tão baixo ou pior só em Maio de 2014, com 683.198 espectadores e receitas no valor de 3,6 milhões de euros, mesmo tendo em conta as variações no preço dos bilhetes ao longo dos anos, bem como os custos adicionais de projecções em 3D e nas salas IMAX (que se tornaram fatias importantes das receitas em títulos específicos como Avatar ou Oppenheimer). E em Abril, foram 632.325 espectadores ao cinema — em Abril de 2013 tinham sido 693.502. Exceptuam-se destas quebras os anos de 2020 e 2021, afectados pela pandemia de covid-19; logo em 2022, no entanto, ambos os meses tinham ficado acima dos quatro milhões de euros de bilheteira com espectadores na ordem dos 865.041 e 689.632, respectivamente. De acordo com o ICA, Abril perdeu 32,4% de espectadores em relação ao período homólogo de 2023, e Maio 38,9% — isto quando os meses de Fevereiro e Março, por exemplo, têm vindo a subir continuadamente desde os anos da pandemia.

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