Astrónomos detectam “despertar” de buraco negro em galáxia com alterações nunca vistas
Apesar de estudos anteriores terem revelado que galáxias inactivas se tornam activas ao fim de vários anos, é a primeira vez que o processo, o “despertar” do buraco negro, foi observado em tempo real.
Uma equipa internacional de astrónomos detectou alterações nunca antes vistas numa galáxia, provavelmente devido ao "despertar" repentino do buraco negro que existe no seu centro, divulgou esta terça-feira o Observatório Europeu do Sul (OES).
Apesar de estudos anteriores terem revelado que galáxias inactivas se tornam activas ao fim de vários anos, é a primeira vez que o processo, no caso o "despertar" do buraco negro, foi observado em tempo real, sustentam os autores do trabalho.
As observações foram feitas, nomeadamente, com o telescópio VLT, ou Very Large Telescope — em português, telescópio muito grande — do OES, no Chile, e as conclusões do estudo feito pelos astrónomos publicadas na revista da especialidade Astronomy & Astrophysics.
Em finais de 2019, os astrónomos notaram que a galáxia "SDSS1335+0728", que antes não tinha nada de especial, começou de repente a brilhar mais.
Para compreender o motivo, a equipa usou dados de arquivos e novas observações de vários observatórios espaciais e terrestres, incluindo o VLT, para estudar como variou o brilho da galáxia, localizada a 300 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Virgem.
Ao compararem dados obtidos antes e depois de Dezembro de 2019, os astrónomos descobriram que a "SDSS1335+0728" irradia muito mais luz.
Este aumento do brilho, que persiste actualmente, contribuiu para que a galáxia "SDSS1335+0728" fosse classificada como tendo um "núcleo galáctico activo", uma região compacta e brilhante alimentada por um buraco negro (corpo denso e escuro do Universo de onde nada escapa, nem mesmo a luz) com grande massa no seu centro.