Principal partido de direita de França volta atrás na destituição de líder
Partido conservador francês Os Republicanos anunciou não reconhecer a decisão da comissão executiva de destituir o presidente Eric Ciotti, por propor uma aliança inédita com a extrema-direita.
O partido conservador francês Os Republicanos anunciou não reconhecer a decisão da comissão executiva de destituir o presidente Eric Ciotti, por propor uma aliança inédita com a extrema-direita.
A reunião “realizou-se em flagrante violação” dos estatutos, porque “ninguém tem o poder de convocar a comissão executiva sem a intervenção do presidente”, de acordo com um comunicado do partido, divulgado nas redes sociais na quarta-feira à noite.
Os Republicanos (LR, na sigla em francês) acrescentaram que, uma vez que a reunião “não tem valor jurídico”, “nenhuma das decisões tomadas nesta reunião tem consequências legais”.
O comunicado surgiu horas depois da comissão executiva dos LR ter excluído “por unanimidade” Ciotti da corrente política herdeira do general Charles de Gaulle e de vários outros Presidentes de França, como Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy.
Na reacção, Ciotti afirmou continuar na liderança do partido e defendeu que a reunião da comissão executiva, além de não ter validade jurídica, podia “ter consequências criminais”.
Mais tarde, numa entrevista à televisão CNews, Ciotti garantiu que a maioria dos eleitores dos LR é a favor de uma aliança com a extrema-direita e defendeu que é um passo necessário para a sobrevivência do partido.
Na terça-feira, Ciotti propôs uma aliança inédita com a União Nacional (RN, na sigla em francês), actualmente liderada por Jordan Bardella, mas que mantém presente a figura de Marine Le Pen. Até agora, o partido da direita republicana em França sempre recusou formar uma aliança com a extrema-direita, que venceu, por larga margem, as europeias no país.
A proposta de Ciotti surgiu depois de o Presidente francês ter decidido dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas antecipadas, a 30 de Junho e a 7 de Julho, na sequência do fracasso do partido Emmanuel Macron nas eleições para o Parlamento Europeu.