Associação de fabricantes automóveis chineses considera tarifas da UE “inaceitáveis”

Associação manifestou “decepção” perante o que considera ser uma “distorção dos resultados da investigação” por parte da Comissão Europeia, que planeia elevar até 38,1% as tarifas de importação.

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A Byd é uma das construtoras chinesas que foram alvo da decisão da Comissão Europeia LEONHARD SIMON/Reuters
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A Associação de Fabricantes de Automóveis da China qualificou esta quinta-feira de "inaceitáveis" os possíveis aumentos pela União Europeia das tarifas de importação de veículos eléctricos do país asiático em até 38,1%, e criticou a investigação das autoridades europeias.

Num comunicado publicado na sua conta oficial da rede social Wechat, citado pela agência noticiosa espanhola Efe, a associação manifestou a sua "decepção" perante o que considera ser uma "distorção dos resultados da investigação" por parte da Comissão Europeia, enquanto garante que "a indústria automóvel da China colaborou activamente, fornecendo toda a documentação pedida pelas autoridades que investigaram".

Os fabricantes de automóveis chineses acusam a Comissão Europeia de "seleccionar de forma tendenciosa as empresas para a amostragem" e de "abusar do seu poder de investigação".

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a Comissão Europeia indicou que, provisoriamente, as importações de veículos eléctricos da BYD passarão a ser taxadas em 17,4%, da Geely em 20% e da SAIC em 38,1%, sendo estas as marcas incluídas na amostra investigada.

Com base nas conclusões do inquérito, a Comissão estabeleceu, a título provisório, ser “do interesse da UE remediar os efeitos das práticas comerciais desleais detectadas, mediante a instituição de direitos de compensação provisórios sobre as importações de veículos eléctricos provenientes da China”.

Para Bruxelas, a cadeia de valor dos veículos eléctricos da China beneficia de subvenções injustas, o que está a causar uma ameaça de prejuízo económico aos construtores da UE.

A Comissão Europeia abriu no ano passado uma investigação a estas subvenções públicas.

Para além dos três mencionados no comunicado, outros construtores chineses de carros eléctricos que cooperaram com a investigação, mas não foram incluídos na amostra, serão taxados em 21% e os que não cooperaram em 38,1%.

Bruxelas contactou ainda as autoridades chinesas para discutir estas conclusões e possíveis formas de resolver a questão, mas caso as conversações com as autoridades chinesas não conduzam a uma solução eficaz, estes direitos de compensação provisórios serão introduzidos a partir de 4 de Julho através de uma garantia cuja forma será decidida pelas alfândegas de cada um dos 27 Estados-membros da União Europeia.

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