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Alhos com bugalhos

A vitória de Pirro do PS nas eleições europeias deveu-se à mistura de alhos com bugalhos na escolha do candidato para cabeça de lista da AD, ao Parlamento Europeu, em detrimento de Rui Moreira, mesmo que os pretendentes pareçam semelhantes.

Recrutar alguém no campo do comentário político e jornalístico exibe a dança das cadeiras, mesmo que se trate de um "jovem prodígio" que se acha "muito bom". Por outro lado, mostra a promiscuidade entre a política e os comentadores políticos, levantando dúvidas sobre a ética e a imparcialidade dos mesmos.

Emanuel Caetano, Ermesinde

Dia de Camões, Portugal e das Comunidades Portuguesas

O nosso longevo Luís Vaz de Camões fez 500 anos do seu nascimento. Sendo a sua obra-prima Os Lusíadas, nela cantou os feitos heróicos dos nossos navegadores e antepassados, que foram além da Taprobana. Mas ainda existe gente que se compraz em denegrir tais feitos. É gente insana da pior espécie, que nada fez, faz ou fará para glória do nosso chão sagrado.

E se Camões visse a “nódoa” que uns ditos artistas de meia-tigela fizeram com uma moeda em sua honra para comemorar o seu nascimento, recorreria ao fiel criado Jau para arranjar uns tantos ferreiros que derretessem todas as moedas e fizessem uns pesos para atarem aos pés de tais "artistas" e os atirassem ao mar.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

Eleições em Portugal para o final do ano

Podemos supor que Pedro Nuno Santos irá tentar que se realizem eleições, tendo em atenção os resultados das europeias. Pior, o PS não ficará. E para isso bastará que o PSD apresente um Orçamento que não corresponda ao que o PS pretende, obrigando-o a votar contra. O Chega terá de se decidir, sabendo que já ninguém acredita nos seus políticos.

Ricardo Charters-d'Azevedo, São Pedro do Estoril

Comparação errónea

É erróneo comparar os resultados da AD com os resultados das anteriores eleições, somando os votos do PSD com os do CDS. Essa comparação pressupõe que haja um núcleo duro inalterável em ambos os partidos. Contudo, como é dedutível, há votos que se movimentam, principalmente no CDS. Os votos na AD podem justificar-se, provavelmente, por ser uma coligação; mas também terá havido quem não votou na mesma porque é uma coligação. Dentro da AD os votos poderiam ser quase todos do PSD, pois o CDS está apagado.

Por outro lado, também existem votos na AD porque há quem considere que o PSD a o CDS não têm valor isoladamente, isto é, se não houvesse AD, votariam na IL, no Chega ou noutro. Com efeito, não se deve comparar uma coligação com a condição isolada de cada partido quando não se tenham coligado.

A realidade é que o PSD ficou muito atrás do PS. Alguém se lembraria de avaliar a votação do PS somando os do Bloco de Esquerda, caso houvesse uma nova "geringonça"?

Luís Filipe Rodrigues, Santo Tirso

Os nacionalistas estão a acabar com a UE

A União Europeia está a perder em definitivo a Europa, a união, o projecto europeu. Já não se trata de saber se irá acontecer. É só e unicamente quando. Quando é que a UE se irá mesmo desunir? Quando ficarão os 27 de novo de costas uns para os outros?

Não há controlo de entradas no Espaço Schengen, por atraso de alguns países da própria UE em conseguir esse controlo. A União Europeia preocupa-se, invariavelmente, com a Ucrânia, ou seja, “olha para fora" dado já não ter um dentro coeso e consistente. A segurança de pessoas e bens nos 27 deixou de estar assegurada. Tudo isso favorece os nacionalismos de cada um dos 27, que pretendem fechar-se sobre si mesmos.

A última Guerra Mundial foi esquecida, a unidade europeia está a desconjuntar-se. É ponto assente. Com Bruxelas a olhar unicamente para a Ucrânia e a dar palpites sobre Israel e a Palestina, vai aumentando a desunião. A Bélgica sempre foi um exemplo, e por acaso Bruxelas é a "capital" da UE, de não se saber unir, de andar à procura de articulação para formar governo, e Bruxelas a 27 faz o mesmo.

A União Europeia, a continuar este rumo, com esta estratégia, esta escolha, esta baralhação, vai implodir. O empurrão dado pela extrema-direita, já está a resultar. A Áustria, o país onde nasceu Hitler, de novo tem a extrema-direita em primeiro lugar. A França arriscou e vai conseguir ter uma Presidente de extrema-direita, uma Presidente. Cá, o Chega está a aprender com Le Pen e, como ainda não tem traquejo e é demasiado elementar, agarra no caso das gémeas para tentar destruir a Presidência da República. Até ao fim do mandato do actual Presidente não vai conseguir. Mas já deu grandes punhaladas na democracia, em prol de nacionalismos, de orgulhosamente sós! Depois? É fácil de prever.

A. Küttner de Magalhães, Porto

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