Primeiro-ministro da Bélgica demite-se depois de derrota eleitoral
Anúncio surge no rescaldo das projeções que indicam uma derrota do seu partido nas várias eleições realizadas na Bélgica este domingo.
O primeiro-ministro belga Alexander De Croo anunciou a sua demissão após se projectar uma derrota eleitoral sofrida pelo seu partido, o Open VLD, nas diferentes eleições realizadas no país neste domingo.
Num discurso em que deu os parabéns aos "vencedores destas eleições, o N-VA (conservadores regionalistas), o Vlaams Belang (direita radical separatista) e o Vooruit (sociais-democratas belgas)", bem como os "amigos do MR (liberais francófonos), na Bélgica francófona", De Croo afirmou que esta é "uma noite particularmente difícil".
"Nós perdemos", disse ainda. "Vou demitir-me do cargo de primeiro-ministro amanhã. Mas os liberais são fortes, nós voltaremos", acrescentou.
Este domingo realizou-se uma supernoite eleitoral que juntou federais, europeias e regionais, onde se prevê que o Open VLD tenha sofrido uma queda nos resultados.
Os grandes vencedores das foram o N-VA, partido conservador regionalista da Flandres que mantiveram a maioria no parlamento federal, superando o partido da direita radical separatista da Flandres Vlaams Belang, apontado antes das eleições como o vencedor e que registou uma forte subida nestas eleições.
No discurso de vitória, o líder do N-VA, Bart De Wever, pediu aos apoiantes do partido que se reuniram para "admitirem" que não esperavam esta vitória eleitoral.
"Admitam: não estavam à espera. As sondagens eram más, os comentários na imprensa eram condenatórios, mas vocês nunca desistiram", disse De Wever.
Tanto o N-VA como o Vlaams Belang estão fora da coligação que formava o governo demissionário, que inclui uma série de partidos de ambas as regiões, incluindo sociais-democratas, verdes e cristãos democratas.
O governo de De Croo ficará agora em gestão enquanto uma nova coligação governamental não for encontrada, algo que ainda pode durar sendo que a Bélgica detém o recorde de mais tempo de um governo de gestão: 541 dias.