Portugal à procura da intensidade defensiva

Selecção nacional defronta neste sábado a Croácia no Jamor, segundo de três jogos de preparação antes do Euro 2024, ainda sem Cristiano Ronaldo, Pepe e Rúben Neves.

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Roberto Martínez, seleccionador de Portugal FILIPE AMORIM / EPA
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Com Roberto Martínez, a selecção portuguesa tem andado feliz. Qualificação perfeita para o Euro 2024, com dez vitórias em dez jogos, que deu para consolidar Portugal como um dos candidatos à vitória final, mais duas vitórias e uma derrota (com a Eslovénia) nos três jogos particulares no pós-apuramento. Mas nenhum desses adversários que Portugal teve (tudo selecções de nível médio e baixo, da Suécia ao Liechtenstein) será tão forte com o que terá pela frente neste sábado no Jamor (17h45, RTP1). Pode ser apenas um jogo de carácter particular, mas a Croácia é daquelas selecções problemáticas para qualquer um. E Portugal tem problemas para resolver.

Esses problemas parecem estar no sector defensivo. Nos últimos três jogos, todos particulares, Portugal sofreu dois por jogo, no triunfo por 5-2 sobre a Suécia, na derrota por 2-0 com a Eslovénia e na vitória por 4-2 sobre a Finlândia. No particular mais recente, em Alvalade frente aos finlandeses, a selecção sofreu dois golos em cinco minutos quando estava a ganhar por 3-0, fruto de dois momentos de desconcentração defensiva que Roberto Martínez classificou como perdas de intensidade. Felizmente, acrescentou o técnico espanhol, aconteceram num particular. E isso não depende apenas de um jogador.

“A nossa equipa colectivamente precisa de intensidade defensiva de quem está no relvado. Não é responsabilidade de um jogador manter essa intensidade. No futebol moderno, atacamos e defendemos com 11, fiquei contente de ter acontecido com a Finlândia [sofrer dois golos em cinco minutos], porque é um aspecto que temos de melhorar. Não podemos ter falta de foco defensivo durante o torneio”, reforçou Martínez, para quem a Croácia, vice-campeã mundial em 2018 e semifinalista em 2022, será um bom teste para apurar os níveis de intensidade.

“Todos os adversários são complicados. Esta Croácia gosta de posse, tem um estilo próprio, com jogadores como Modric, Brozovic, Kovacevic, e, quando não jogam estes, os outros jogam com o mesmo estilo. A estabilidade do treinador faz com que a Croácia seja um adversário competitivo e difícil. Precisamos de melhorar as nossas ligações e a estrutura defensiva. A nível mundial, a Croácia sempre teve futebolistas incríveis e este grupo mostra muito bem o trabalho do seleccionador”, analisou.

Este jogo com a Croácia será o segundo de três particulares antes do início do Euro 2024. Depois, a selecção nacional ainda irá defrontar a República da Irlanda na próxima terça-feira antes de partir para a Alemanha – o primeiro jogo será a 18 de Junho frente à República Checa. Neste confronto com os croatas ainda não estará Pepe, que chegou lesionado ao estágio, nem Cristiano Ronaldo e Rúben Neves, os dois convocados que joga na Liga saudita. Os três já estarão aptos, garante Martínez, para o jogo com os irlandeses.

Sobre Ronaldo, que já integrou em pleno os trabalhos com o grupo, Martínez garante que terá um papel fundamental nesta boa mistura de experiência e juventude que considera existir na selecção nacional. Em teoria, o plano de Martínez inclui Ronaldo, mas estará o capitão português preparado para não jogar sempre, como aconteceu no último Mundial?

“O Cristiano está a ter uns desempenhos muito consistentes no seu clube”, começou por responder o técnico espanhol, assinalando as capacidades de Ronaldo como “um marcador incrível” e a sua longevidade na competição. Mas Martínez não se comprometeu, nem com a titularidade garantida de CR, nem com a hipótese de passar pelo banco. “A sua experiência é importante para nós. Temos 23 jogadores de campo, criámos uma competitividade e o jogo toma decisões. O Cristiano está preparado para ajudar a equipa e dar tudo o que pode dar. Não há nenhum jogador no futebol mundial que dê ao balneário o que o Cristiano dá.”

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