Piloto que morreu em Beja tentou abrir pára-quedas após colisão

Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves emitiu nota informativa sobre acidente ocorrido durante festival de acrobacias aéreas.

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O piloto espanhol que morreu no domingo, no decorrer do festival aéreo de Beja, tentou usar o pára-quedas após a colisão com outras aeronaves durante a exibição acrobática, mas o equipamento não abriu devido à baixa altitude.

"O piloto saiu da aeronave em voo e iniciou o processo de abertura do pára-quedas", refere uma nota informativa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) divulgada esta quarta-feira. Segundo o mesmo documento, "dada a baixa altura ao solo, a calote do pára-quedas não abriu", o que teve como consequência a "morte imediata" do piloto.

Pelas 14h45 de domingo, uma equipa de exibição acrobática composta por seis aeronaves históricas YAK-52 descolou da base aérea n.º 11 de Beja (BA11) para o seu número de exibição no festival aéreo Beja Airshow, organizado pela Força Aérea Portuguesa, que decorria durante esse fim-de-semana. A patrulha ibérica Yakstars conta com pilotos portugueses e espanhóis.

"Após terem realizado a sequência de manobras prevista para ambos os dias do festival, quando se preparavam para a sequência final caracterizada pela separação de uma das seis aeronaves para um voo de demonstração a solo, com as restantes cinco em afastamento, a aeronave que voava na posição 5 iniciou a sua sequência final sem manter a separação do grupo, tendo colidido com a aeronave que voava na posição 3", explica o GPIAAF. Segundo este organismo, "a colisão provocou danos na fuselagem posterior da aeronave 5 [a que originou o acidente], inutilizando toda a secção da cauda, tendo como consequência uma inevitável perda de controlo da aeronave".

"A queda com um ângulo pronunciado e em posição invertida provocou uma violenta colisão no solo com subsequente explosão", acrescenta a mesma nota informativa. A aeronave da posição 3, a que sofreu o embate, "perdeu o hélice, o trem de aterragem esquerdo e uma secção significativa do bordo de ataque da semiasa esquerda".

"Sentindo a falta de tracção e com dificuldades de controlo lateral da aeronave, o piloto iniciou de imediato um voo picado em direcção à pista e acabou por realizar uma aterragem. Apesar da posição final invertida da aeronave, como consequência da desaceleração brusca, ausência do trem esquerdo e fractura do trem de nariz, o piloto saiu da aeronave pelos próprios meios e sem ferimentos, tendo sido conduzido ao hospital da cidade de Beja por precaução", pode também ler-se no documento.

Atendendo à envolvente e localização do acidente, a legislação prevê que a investigação seja realizada por uma comissão mista composta pelo GPIAAF e pela Força Aérea.

"Considerando o enquadramento em que as aeronaves históricas com registo civil estavam a operar, foi acordado entre ambas as entidades como mais adequado que a investigação seja liderada pela Comissão Central de Investigação de Acidentes da Força Aérea", refere este organismo.

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