Inditex: Primavera deu um impulso moderado às vendas da proprietária da Zara

A empresa comunicou um aumento de 7% nas vendas no primeiro trimestre até ao final de Abril, um abrandamento esperado em relação ao ano anterior, quando beneficiou de uma onda de compras pós-pandemia.

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A Inditex teve um desempenho superior ao dos concorrentes nos últimos trimestres Vincent West/Reuters

Na apresentação dos seus resultados trimestrais, a Inditex, proprietária da Zara e o maior retalhista de moda do mundo, dá conta de uma recuperação nas vendas recentes das suas colecções de Primavera/Verão, impulsionando as suas acções nesta quarta-feira.

A empresa espanhola afirma que as vendas aumentaram 12% entre 1 de Maio e 3 de Junho, em relação ao mesmo período do ano anterior, o que contribuiu para que as suas acções subissem quase 5% nas primeiras negociações desta manhã.

A empresa também comunicou um aumento de 7% nas vendas do seu primeiro trimestre até ao final de Abril, um abrandamento esperado em relação ao ano anterior, quando beneficiou de uma onda de compras pós-pandemia.

A Inditex, cujas marcas incluem ainda a Pull&Bear e a MassimoDutti, está a lutar contra a intensa concorrência de rivais como a H&M, a Shein e a Temu, perseguindo e apresentando as tendências da moda mais rapidamente, investindo em logística e tecnologia.

A empresa teve um desempenho superior ao dos concorrentes nos últimos trimestres, beneficiando dos investimentos em novas lojas e experiências online, como as compras em directo.

O volume de negócios de 8,15 mil milhões de euros (8,87 mil milhões de dólares) para os três meses até ao final de Abril, comparativamente à previsão média dos analistas de 8,1 mil milhões de euros, segundo uma análise da empresa britânica LSEG, especialista em informações financeiras.

As vendas entre 1 de Maio e 3 de Junho "sugerem alguma procura reprimida após um início de Primavera frio e chuvoso no Sul da Europa", contextualiza Richard Chamberlain, analista do Royal Bank of Canada, uma multinacional de serviços financeiros, que estima um aumento de 20% das vendas para o resto do segundo trimestre.

Xavier Brun, gestor de carteiras da Trea Asset Management, com sede em Madrid, que detém acções da Inditex, afirmou que a esta está actualmente a "competir contra si própria", com um forte desempenho no ano passado, o que dificulta a comparação este ano. O gestor prevê que as vendas aumentem entre 6% e 7% este ano, abaixo do crescimento de 10% previsto para 2023.

A Inditex afirmou que espera que os movimentos cambiais adversos reduzam as vendas em 2% este ano, em comparação com as anteriores orientações que previam um impacto de 1,5%.

O resultado líquido do primeiro trimestre aumentou 11% para 1,29 mil milhões de euros, em linha com a média das previsões dos analistas. No primeiro trimestre do ano passado, o lucro líquido aumentou 54%.

Os analistas esperavam um abrandamento do crescimento das vendas no início da Primavera, em parte devido à fraqueza do Sul da Europa e à forte concorrência da Shein nos principais mercados, como os Estados Unidos.

A Inditex declarou que planeia investir 900 milhões de euros por ano até 2025 na expansão da capacidade logística, principalmente na Europa.