O Teu Rosto Será o Último: Foi para isto que se fez o 25 de Abril?

Luís Filipe Rocha é capaz de mais e melhor do que este O Teu Rosto Será o Último, tentativa tolhida de saga familiar pós-Revolução que desperdiça o seu talento e o de uma equipa de actores sólidos.

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A dimensão “literária” de O Teu Rosto Será o Último afoga todo o filme
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O que aconteceu a um dos mais estimáveis e sólidos cineastas portugueses para nos desiludir tanto com o seu novo filme? Reconhecemos as “marcas registadas” de Luís Filipe Rocha, o autor de Cerromaior, A Passagem da Noite ou Cinzento e Negro, nesta adaptação do romance de João Ricardo Pedro: contar histórias que ressoem com o público, onde os espectadores se possam reconhecer; contá-las de maneira cuidada, discreta, directa, prestando atenção aos rostos e à presença dos actores, com uma competência que ultrapassa o mero profissionalismo para procurar pensar visualmente a história que se quer contar. O problema, se calhar, é que O Teu Rosto Será o Último (Prémio LeYa 2011) não tem verdadeiramente uma história para contar.

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