Crimes de incêndio caíram para menos de um terço este ano
Até 31 de Maio deste ano registaram-se 533 crimes de incêndio e foram detidas 16 pessoas. No ano passado tinham sido, respectivamente, 1790 crimes e 42 detidos.
Os crimes de incêndio florestal investigados pela GNR até 31 de Maio caíram para menos de um terço dos que tinham sido detectados nos dois anos anteriores. O número de detidos e de suspeitos identificados relacionados com estes crimes também diminuiu.
Segundo os dados oficiais da GNR, nos primeiros cinco meses deste ano foram registados 533 crimes de incêndio florestal, que resultaram em 16 detenções e na identificação de 131 suspeitos. Números muito abaixo daqueles que tinham sido registados para o mesmo período dos dois anos anteriores.
Em 2023, os crimes de incêndio florestal registados chegaram aos 1790, com 42 pessoas detidas e 511 suspeitos identificados até 31 de Maio. No ano anterior o número de crimes de incêndio tinha sido superior, chegando aos 1894, mas os números das detenções e de suspeitos identificados eram mais baixos, respectivamente 39 e 378.
Segundo as estatísticas da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, este ano, até ao final de Abril, ainda não tinha sido pedida a execução de qualquer medida de vigilância electrónica relacionada com o crime de incêndio. Continuavam com essa vigilância 16 casos transitados de anos anteriores (mais quatro do que no mesmo período em 2023). Daqueles 16, nove eram casos na Guarda, três em Braga, dois em Mirandela e um em Coimbra e em Évora.
A 31 de Maio terminou o prazo para que os proprietários e produtores florestais procedessem à limpeza de matas e terrenos prevista na lei, depois de esse limite temporal inicialmente previsto para 30 de Abril ter sido prorrogado por mais um mês.
Segundo a GNR, foram sinalizadas, nesse período, 10.252 situações por falta de gestão dos combustíveis, com o distrito de Leiria a destacar-se de forma vincada dos restantes, com 2441 situações. O segundo distrito com mais casos foi o de Viseu, com 1233 sinalizações, seguindo-se Coimbra (837), Santarém (788) e Castelo Branco (711).
Com a Operação Floresta Segura 2024 a decorrer, a GNR apela a que se recorra a “métodos alternativos à queima de sobrantes de exploração (por exemplo, estilhaçamento e incorporação no solo) para diminuição do risco de incêndio”, uma vez que, recorda, “a maioria das ocorrências de incêndio se deve ao uso negligente do fogo”.
A operação em curso prevê também acções preventivas e de reforço do patrulhamento, tendo sido realizado um conjunto de acções que pretendem sensibilizar as populações para os cuidados a ter com a floresta e o fogo, evitando comportamentos de risco e recorrendo a medidas de autoprotecção.
As contas da GNR apontam para a realização de 4428 destas acções, prevendo-se que terá sido alcançado um universo de mais de 76 mil pessoas. Já no que concerne ao patrulhamento, mais de 43 mil militares estiveram empenhados nessas funções, em todo o território nacional, até ao final de Maio.
Segundo os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, até dia 3 de Junho tinham sido registados 1358 incêndios rurais, com a área ardida a situar-se nos 1974 hectares. Destes, a grande maioria (74%) dizia respeito a matos, enquanto 22% correspondiam a povoamentos florestais e 5% a áreas agrícolas.