Inflação volta a acelerar em Maio e ultrapassa 3%

Os preços dos produtos alimentares registaram uma aceleração significativa em Maio, levando a taxa de inflação a aumentar num ritmo mais acentuado nesse mês, fixando-se em 3,1%.

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Preços dos produtos alimentares aumentaram em Maio Paulo Pimenta
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Depois de dois meses de abrandamento, o aumento dos preços voltou a acelerar em Maio e a taxa de inflação ultrapassou novamente a fasquia dos 3%. O efeito do IVA Zero, medida que no ano passado levou a uma redução dos preços mas que já não está em vigor, explica este movimento.

Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que indica que a taxa de variação registada no Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Maio terá sido de 3,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. Este número é ainda uma estimativa inicial, mas, a confirmar-se, corresponderá a um aumento de 0,9% em relação à taxa de inflação que havia sido registada em Abril, de 2,2%. Será, também, a primeira vez desde Setembro do ano passado que a taxa de inflação ultrapassa a fasquia dos 3%.

Esta aceleração, justifica o INE, resulta essencialmente "do efeito de base associado à redução mensal de preços registada em Maio de 2023 (-0,7%), no seguimento da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais". Em causa está a medida que ficou conhecida por IVA Zero, que consistiu na isenção temporária deste imposto numa série de produtos alimentares. A medida terminou em Janeiro deste ano e o aumento de preços dos produtos que eram abrangidos por esta isenção fez-se sentir de imediato.

E são, precisamente, os produtos alimentares que registam a maior aceleração de preços. No mês em análise, o índice de preços dos produtos alimentares não transformados aumentou em 2,59% (depois da variação nula que tinha sido registada em Abril), enquanto a taxa de variação homóloga dos produtos alimentares transformados aumentou de 1,39% em Abril para 4,08% em Maio.

Ainda assim, em Maio deste ano, os preços aumentaram a um ritmo mais acelerado mesmo sem considerar os produtos alimentares. Olhando apenas para a inflação subjacente (indicador que exclui os produtos alimentares não transformados e os produtos energéticos, que estão mais sujeitos a variações de preços), a taxa de variação homóloga no mês em análise foi de 2,7% em Maio, acima dos 2% registados no mês anterior.

Já o índice harmonizado de preços no consumidor (aquele que é calculado com a mesma metodologia em todos os países da zona euro e que serve para as comparações entre países) terá registado uma aceleração mais significativa, com a taxa de variação a fixar-se em 3,9% em Maio, o equivalente a 1,6 pontos percentuais acima da variação de 2,3% registada no mês anterior.

Em sentido contrário, olhando para a variação em cadeia, os preços registam uma desaceleração e a evolução é praticamente nula. Em Maio, o IPC aumentou 0,2% em relação a Abril, mês em que a taxa de variação mensal tinha sido de 0,48%.

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