A Universidade de Copenhaga anunciou esta terça-feira, dia 28 de Maio, que vai suspender os investimentos com empresas que fazem negócios na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. A decisão da faculdade surge ao mesmo tempo em que decorrem os protestos estudantis de apoio à Palestina para pressionar a instituição a pôr fim aos laços financeiros e institucionais com Israel.
Desde o início de Maio que centenas de estudantes protestam no campus desta universidade contra as operações militares de Israel em Gaza que duram há já sete meses. Os alunos exigem que a Universidade de Copenhaga corte relações académicas com o Governo de Benjamin Netanyahu e termine as parcerias com empresas que operam nos territórios palestinianos ocupados.
Numa publicação na rede social X, a Universidade de Copenhaga declarou que vai, a partir desta quarta-feira, 29 de Maio, alienar as participações que tem, no valor total de cerca de 1 milhão de coroas dinamarquesas (134 mil euros), na Airbnb, eDreams e Booking.com. Esta última plataforma foi acusada de lucrar com os crimes de guerra de Israel por publicitar propriedades de Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada.
A instituição acrescentou ainda que vai trabalhar com gestores de fundos para administrar os investimentos que tem e certificar-se se estão, de facto, incluídos na lista das Nações Unidas (ONU) de empresas envolvidas em colonizações israelitas ilegais na Cisjordânia.
A Universidade de Copenhaga tem uma receita anual de mais de 10 mil milhões de coroas. Parte deste valor é investido em obrigações e acções.
Além da Cisjordânia, Israel ocupou os territórios de Jerusalém Oriental e da Faixa de Gaza na guerra de 1967 contra os Estados árabes vizinhos, num conflito também conhecido como a Guerra dos Seis Dias.
Funcionários da Universidade da Califórnia em greve após agressões
Os protestos, que os manifestantes descrevem como "pacíficos", continuam por todo o mundo e, no caso de Espanha, Irlanda e Noruega, que reconheceram o Estado da Palestina, surtiram o efeito desejado. No entanto, na Universidade da Califórnia (UCLA), os ânimos escalaram depois de 210 manifestantes, incluindo alunos de pós-graduação e funcionários, terem sido detidos pela polícia e agredidos por um grupo de encapuzados que as autoridades ainda não identificaram na totalidade.
Segundo o Guardian, os confrontos aconteceram durante a noite de 30 de Abril e duraram três horas. Só um dos agressores, Edan On, de 18 anos, foi identificado e preso sob fiança depois de ter sido filmado a bater repetidamente em vários manifestantes com um taco de madeira.
Em protesto contra a violência na UCLA e o que apelidam de "condições de trabalho injustas", investigadores, docentes e outros funcionários desta universidade entraram em greve na terça-feira. Exigem amnistia para os alunos e funcionários que foram detidos ou enfrentam medidas disciplinares por terem participado nos protestos.