Universidade da Dinamarca suspende parcerias com empresas da Cisjordânia após protestos

A Cisjordânia é um dos territórios ocupados por Israel desde 1967. A universidade vai suspender investimentos em empresas que têm negócios neste território e compactuam com o Governo israelita.

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Protestos em defesa da Palestina na Universidade de Copenhaga no dia 6 de Maio Thomas Traasdahl/Ritzau Scanpix/ via Reuters
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Alunos exigem corte de relações e parcerias financeiras com Israel e empresas israelitas Thomas Traasdahl/Ritzau Scanpix/ via Reuters
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A Universidade de Copenhaga anunciou a suspensão das ligações a empresas israelitas na Cisjordânia Thomas Traasdahl/Ritzau Scanpix/ via Reuters,Thomas Traasdahl/Ritzau Scanpix/ via Reuters
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A Universidade de Copenhaga anunciou esta terça-feira, dia 28 de Maio, que vai suspender os investimentos com empresas que fazem negócios na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. A decisão da faculdade surge ao mesmo tempo em que decorrem os protestos estudantis de apoio à Palestina para pressionar a instituição a pôr fim aos laços financeiros e institucionais com Israel.

Desde o início de Maio que centenas de estudantes protestam no campus desta universidade contra as operações militares de Israel em Gaza que duram há já sete meses. Os alunos exigem que a Universidade de Copenhaga corte relações académicas com o Governo de Benjamin Netanyahu e termine as parcerias com empresas que operam nos territórios palestinianos ocupados.

Numa publicação na rede social X, a Universidade de Copenhaga declarou que vai, a partir desta quarta-feira, 29 de Maio, alienar as participações que tem, no valor total de cerca de 1 milhão de coroas dinamarquesas (134 mil euros), na Airbnb, eDreams e Booking.com. Esta última plataforma foi acusada de lucrar com os crimes de guerra de Israel por publicitar propriedades de Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada.

A instituição acrescentou ainda que vai trabalhar com gestores de fundos para administrar os investimentos que tem e certificar-se se estão, de facto, incluídos na lista das Nações Unidas (ONU) de empresas envolvidas em colonizações israelitas ilegais na Cisjordânia.

A Universidade de Copenhaga tem uma receita anual de mais de 10 mil milhões de coroas. Parte deste valor é investido em obrigações e acções.

Além da Cisjordânia, Israel ocupou os territórios de Jerusalém Oriental e da Faixa de Gaza na guerra de 1967 contra os Estados árabes vizinhos, num conflito também conhecido como a Guerra dos Seis Dias.

Funcionários da Universidade da Califórnia em greve após agressões

Os protestos, que os manifestantes descrevem como "pacíficos", continuam por todo o mundo e, no caso de Espanha, Irlanda e Noruega, que reconheceram o Estado da Palestina, surtiram o efeito desejado. No entanto, na Universidade da Califórnia (UCLA), os ânimos escalaram depois de 210 manifestantes, incluindo alunos de pós-graduação e funcionários, terem sido detidos pela polícia e agredidos por um grupo de encapuzados que as autoridades ainda não identificaram na totalidade.

Segundo o Guardian, os confrontos aconteceram durante a noite de 30 de Abril e duraram três horas. Só um dos agressores, Edan On, de 18 anos, foi identificado e preso sob fiança depois de ter sido filmado a bater repetidamente em vários manifestantes com um taco de madeira.

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Grevistas exigem amnistia para manifestantes detidos Mike Blake/Reuters
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Docentes, investigadores e funcionários da UCLA em greve Mike Blake/Reuters

Em protesto contra a violência na UCLA e o que apelidam de "condições de trabalho injustas", investigadores, docentes e outros funcionários desta universidade entraram em greve na terça-feira. Exigem amnistia para os alunos e funcionários que foram detidos ou enfrentam medidas disciplinares por terem participado nos protestos.