Pacote anticorrupção na “reta finalíssima”, partidos serão novamente ouvidos

Ministra da Justiça admite que possa vir a ser aprovado no Conselho de Ministros de 3 de Junho, após voltar a ouvir os partidos.

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Rita Júdice, Ministra da Justiça, garantiu que há sinais de consenso com os partidos sobre combate à corrupção Rui Gaudêncio
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A ministra da Justiça disse esta terça-feira que a prometida agenda anticorrupção está numa "recta finalíssima", podendo ser alvo de discussão em Conselho de Ministros já na próxima semana, ainda que seja necessária nova ronda de audições aos partidos.

A 3 de Abril, no seu primeiro Conselho de Ministros, o Governo liderado por Luís Montenegro decidiu como primeira medida mandatar a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, para falar com todos os partidos com assento parlamentar, agentes do sector da justiça e sociedade civil com vista à elaboração de um pacote de medidas contra a corrupção, num prazo de 60 dias.

Esta terça-feira, à margem da sua primeira audição parlamentar, a ministra disse à Lusa que o trabalho está praticamente concluído.

"Nós estamos a trabalhar, o prazo terminaria no dia 2, temos um Conselho de Ministros no dia 3, desejavelmente poderemos discuti-lo já nessa altura, vai depender também do calendário, mas em todo o caso estamos a concluir os trabalhos. Ouvimos muitas pessoas, muitas entidades, recebemos também alguns contributos escritos e estamos na recta finalíssima do que será uma agenda anticorrupção", disse.

Sem querer adiantar medidas concretas, Rita Alarcão Júdice referiu que o trabalho seguiu a lógica anunciada de melhorar "o que não está a funcionar tão bem" para uma "resposta mais eficaz no combate à corrupção", sem "reformular todo o enquadramento jurídico".

Certo é que os partidos terão que ser novamente ouvidos, depois de já terem sido consultados, no arranque do processo de auscultações que envolveu diversas entidades, como fundações, organizações não-governamentais, associações, entre outras.

"Teremos que falar com os partidos. Iremos, com certeza, falar com os partidos, temos que definir qual será o melhor molde de o fazer", disse a ministra, especificando a necessidade de discutir a implementação de medidas e de obter consensos partidários para todas as alterações que tenham que passar pelo parlamento.

Já em Abril, quando decorria a audição aos partidos, conduzida pela ministra da Justiça em conjunto com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, Rita Alarcão Júdice sinalizou sinais de consenso com os partidos sobre combate à corrupção, designadamente em matéria de regulamentação do lobbying, tendo frisado que a constitucionalidade seria a "linha vermelha" ao longo do processo.