Caravaggio perdido está exposto no Museu do Prado a partir desta terça-feira

Depois de anos de desaparecimento e de dúvidas, o Ecce Homo do mestre italiano poderá ser visto até Outubro.

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O Ecce Homo na sua apresentação à imprensa na segunda-feira em Madrid Susana Vera/REUTERS
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O Museu do Prado, em Madrid, expõe pela primeira vez ao público a partir desta terça-feira um Ecce Homo do mestre barroco italiano Caravaggio que descreve como uma das maiores descobertas da história da arte.

O rasto deste Ecce Homo ("Eis o Homem") perdera-se no século XIX, antes de reaparecer há três anos, quando a pintura, inicialmente atribuída a um artista espanhol pouco conhecido, quase foi vendida em Espanha por uma fracção do seu valor de mercado.

Caravaggio, que morreu em 1610 após uma vida turbulenta, foi o grande mestre do "chiaroscuro". A representação deste Jesus Cristo sofredor com uma coroa de espinhos foi pintada entre 1605 e 1609, pouco antes da morte do pintor, e pensa-se que terá pertencido ao rei Filipe IV de Espanha.

"Podemos agora apreciar plenamente todas as nuances, todas as subtilezas, a enorme beleza que Caravaggio exprime através da sua versão do Ecce Homo", disse na segunda-feira aos jornalistas David Garcia Cueto, chefe do departamento de pintura italiana e francesa pré-1800 do Museu do Prado.

O seu novo proprietário, um coleccionador de arte sediado em Espanha, fechou um acordo com o museu para manter a obra de arte em exposição até Outubro, embora este prazo possa ser prolongado, uma vez que a sua intenção é exibi-la permanentemente.

Em 2021, o Ministério da Cultura espanhol impediu o leilão da obra depois de os peritos terem sugerido que o seu autor poderia ser Michelangelo Merisi da Caravaggio e não um desconhecido discípulo do espanhol José de Ribera (século XVII), como até então se pensava.

A historiadora de arte Maria Cristina Terzaghi seguiu o rasto da pintura até seus antigos proprietários, a família do político Evaristo Pérez de Castro (1778-1848).