Trabalhadores das Misericórdias estão em greve e pedem contrato colectivo de trabalho

Trabalhadores contestam a intenção de valorizar a antiguidade através de um aumento salarial de cinco euros a cada cinco anos. Haverá concentração em frente ao Ministério do Trabalho.

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Lar da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim. Trabalhadores das Misericórdias Nelson Garrido
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Os trabalhadores da União das Misericórdias Portuguesas e das Santas Casas de Misericórdia cumprem esta segunda-feira um dia de greve em protesto pela valorização das carreiras e por aumentos salariais.

A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), que organiza também, pelas 14h00, uma concentração em frente ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa.

Em comunicado, o sindicato explica que a greve decorre da rejeição, por parte da União das Misericórdias Portuguesas, em actualizar o Acordo de Empresa e celebrar um contrato colectivo de trabalho das Santas Casas de Misericórdia.

“Estes dois bloqueios à negociação com o CESP têm resultado, cada vez mais, na desvalorização profissional de milhares de trabalhadores”, justificam.

Os trabalhadores da União das Misericórdias Portuguesas contestam a intenção de valorizar a antiguidade através de um aumento salarial de cinco euros a cada cinco anos e referem, como exemplo, que trabalhadores com 30 anos de carreira teriam um incremento salarial de apenas 30 euros em comparação com um colega em início de carreira.

Por outro lado, o sindicato acusa a União das Misericórdias de recusar aos trabalhadores das Santas Casas direitos garantidos pela portaria de extensão do contrato colectivo de trabalho das instituições particulares de solidariedade social.

As Instituições da União das Misericórdias Portuguesas receberam mais 145 milhões de euros do que em 2022 — mais 11% que no ano anterior, e com retroactivos a Janeiro. "Exigimos respeito”, sublinha o CESP.