Trabalhadores das Misericórdias em greve por melhores salários e condições de trabalho

Trabalhadores nas Misericórdias estão em greve nacional por não terem obtido resposta dos representantes sobre aumentos salariais. Serão assegurados os serviços mínimos.

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Federação apresentou uma proposta de actualização salarial para todos os trabalhadores, mas não obteve resposta Nelson Garrido
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Os trabalhadores das Misericórdias cumprem esta sexta-feira um dia de greve nacional para reivindicar salários justos e dignos, melhores condições de trabalho e a integração na esfera do Estado. Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), a paralisação teve início às 00h e termina às 24h.

Numa nota à comunicação social, a federação refere que apresentou aos representantes das Misericórdias uma proposta de actualização salarial para todos os trabalhadores, mas não obteve resposta, o que levou a estrutura sindical a requerer junto do Ministério do Trabalho a conciliação do processo de revisão salarial.

"Já para 2024, a FNSTFPS entregou aos representantes das Misericórdias, uma proposta de aumentos salariais de 150 euros ou de 15% para todos trabalhadores, tendo obtido como resposta daqueles, a inviabilidade de proceder a qualquer actualização relativa a 2023, ainda que relativamente a 2024 se comprometessem a apresentar uma proposta, o que não fizeram até agora", refere a federação.

A estrutura sindical sublinha que, graças aos acordos de cooperação celebrados com o Governo, as Misericórdias têm recebido apoios financeiros do Estado para assumirem as funções que o próprio Estado deveria cumprir.

"Em 2023 estes acordos tiveram uma actualização entre os 7% e os 8%, sem que tal se reflectisse nos salários dos trabalhadores. Para 2024, estes mesmos acordos de cooperação tiveram um reforço de 123 milhões de euros e ainda assim, as Misericórdias ficaram-se por uma proposta de actualização salarial, para negociação, que resulta em aumentos entre dois euros e cinco euros mensais, num completo desrespeito pelos trabalhadores e pela dignidade humana", critica.

A federação salienta que "é neste quadro que decidiu convocar a greve" em que os serviços mínimos serão assegurados nos serviços que funcionem ininterruptamente.