Ventos de mudança na Europa: de Xavi a Pioli, começou a dança de treinadores

Treinador catalão viu o contrato ser interrompido pela direcção do Barcelona, depois de uma época atribulada. O AC Milan também já anunciou ruptura. Seguem-se Bayern e United.

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Stefano Pioli fará diante da Salernitana o último jogo pelo AC Milan Alessandro Di Marco / EPA
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Oficialmente, a época 2023-24 ainda não terminou, mas já há movimentações significativas nos bancos de alguns dos principais clubes europeus. Ontem, foi dia de duplo anúncio (ou confirmação): Xavi Hernández vai mesmo abandonar o comando técnico do Barcelona e Stefano Pioli está fora da equação do AC Milan para a nova temporada. Está a ser um período de mudanças profundas em colossos do futebol e que não irá ficar por aqui.

O Liverpool foi o primeiro dos grandes emblemas a dar conta da transição, quando o carismático Jürgen Klopp, ainda em Janeiro, confirmou que iria completar o ciclo no final da temporada. De resto, foi o próprio, na passada semana, no último jogo ao comando dos “reds”, a cantar com os adeptos o nome do sucessor, o neerlandês Arne Slot (ex-Feyenoord), numa espécie de ritual de passagem de testemunho.

Nessa altura, no arranque do ano, já se agitavam as águas em Barcelona, com Xavi Hernández a dar conta da intenção de abandonar o clube, confessando mais tarde que a pressão que se abatia sobre os seus ombros estava a pôr em causa a sua saúde mental. Em Abril, porém, o presidente dos “blaugrana”, Joan Laporta, promoveu um almoço com o treinador para o convencer a ficar e o caso parecia sanado, com direito a conferência de imprensa e fotografias para oficializar o acordo.

Mas tudo mudou novamente a 15 de Maio, quando Xavi se dirigiu aos adeptos para abordar a delicada situação financeira do Barcelona. “A nossa situação não é a mesma de há 20 anos, quando o manager podia dizer ‘quero contratar este jogador, este jogador e este jogador’ e conseguíamos contratar todos. Temos de nos adaptar e é isso que estamos a fazer, juntos. Faremos o nosso melhor”.

As declarações não caíram bem junto da direcção dos “blaugrana” e Joan Laporta recusou-se a viajar com a equipa, como é hábito, para o jogo seguinte, diante do Almeria. A partir dessa altura, intensificou-se a especulação em torno da relação entre ambos e de um novo golpe de rins quanto ao futuro da equipa técnica.

Alguns nomes têm, desde essa altura, sido lançados para cima da mesa como possíveis substitutos de Xavi, sendo o alemão Hansi Flick, de 59 anos, o mais forte candidato ao cargo nesta altura. E tudo indica que possa ser anunciado em breve, até porque amanhã, diante do Sevilha, o Barça encerra a época 2023-24.

O que terminou também foi o ciclo de Stefano Pioli, que se despede hoje do AC Milan no jogo em casa com o lanterna-vermelha da Série A, a Salernitana. O contrato do treinador de 58 anos, que chegou a San Siro em 2019, expirava apenas em Junho de 2025, mas o facto de ter falhado a conquista do scudetto nas duas últimas épocas acabou por ditar a sua saída. Isto depois de se ter sagrado campeão em grande estilo, em 2022.

Para preencher a vaga no banco, agora em aberto, tem sido adiantado o nome de Paulo Fonseca, que já treinou em Itália (entre 2019 e 2021 comandou a Roma) e que é o actual técnico do Lille, quarto classificado da Ligue 1. As negociações entre as partes estarão em curso, sendo que o português tem em mãos duas propostas para se manter em França.

Tuchel e Ten Hag de saída

Há, pelo menos, mais dois gigantes europeus em fase de transição imediata. A época decepcionante do Bayern Munique (terminou em 3.º lugar na Bundesliga, o que não acontecia desde 2020-11, e caiu na segunda eliminatória da Taça da Alemanha) levou a um anúncio precoce do fim de linha para Thomas Tuchel. No final de Junho, clube e treinador seguem caminhos distintos, confirmando-se o que fora adiantado em Janeiro. E na calha para o banco dos bávaros estará o antigo defesa belga Vincent Kompany, ex-treinador do Burnley.

Em Old Trafford, Erik ten Hag também já tem guia de marcha. Em duas temporadas, conquistou uma Taça da Liga pelo Manchester United, mas na Premier League não foi além de um terceiro e de um desastroso oitavo lugares, ficando-se pelos oitavos-de-final da Champions e pelos “quartos” da Liga Europa. E nem a final da Taça de Inglaterra, neste sábado, diante do rival Manchester City (15h), servirá de bóia de salvação.

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