O Paraíso Queima: Verão vermelho
The kids are alright sem adultos a interromper-lhes o estado selvagem.
Adeus à adolescência: dizia-se, ou diz-se ainda, que era o tema clássico das primeiras obras do cinema português, pelo menos nos cineastas que vieram a partir de determinada geração, mas há que reconhecer que o fenómeno não é exclusivo aqui do rectângulo. Pensa-se nisso aos primeiros minutos de O Paraíso Queima, primeira obra de ficção da realizadora sueca Mika Gustafson, quando se percebe que o paraíso que está em chamas é, mais uma vez, a infância a entrar para a recta final, a adolescência a encaminhar-se para o momento em que se converte na idade adulta e nas milhentas responsabilidades que nunca mais hão-de largar as personagens. Uma espécie de último Verão, portanto, é também esse (o Verão nórdico, apesar de tudo uma relativa raridade, nunca tornada cliché, do cinema vindo da Suécia e da sua vizinhança) o paraíso que está em chamas, mas são chamas de festa, de festa na aldeia, não são chamas que queimem ainda.
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