Harry não pode levar as alegações contra Murdoch a julgamento, decide tribunal

O príncipe e mais de 40 outras pessoas estão a processar o News Group Newspapers (NGN) por acusações de actividades ilegais por parte de jornalistas e investigadores privados.

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Harry tem estado em guerra com os media há vários anos Toby Melville/Reuters/Arquivo
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O príncipe Harry não pode alterar a sua acção judicial contra os tablóides britânicos de Rupert Murdoch para incluir alegações que envolvam a sua mulher Meghan. Nem ele, nem outros podem apresentar queixas contra o magnata dos media, decidiu o Supremo Tribunal de Londres nesta terça-feira.

O príncipe e mais de 40 outras pessoas estão a processar o News Group Newspapers (NGN) por acusações de actividades ilegais por parte de jornalistas e investigadores privados, para o Sun e para o já extinto News of the World, entre meados da década de 1990 e meados da década de 2010. Os processos contra a NGN deverão ser julgados, com uma duração máxima de oito semanas, a partir de Janeiro.

Em Março, Harry, 39 anos, o filho mais novo do rei Carlos III, tentou alterar o seu processo para acrescentar novas alegações, incluindo que o Sun ordenou a investigadores privados que visassem a sua então namorada — e agora mulher Meghan — em 2016.

No entanto, na sua decisão de terça-feira, o juiz Timothy Fancour recusou-lhe autorização para alargar o prazo do seu pedido e rejeitou igualmente um pedido para incluir alegações que remontam a 1994 e 1995 envolvendo a sua mãe, a princesa Diana.

O juiz rejeitou também um pedido de Harry e dos queixosos para incluir as alegações de que Murdoch, de 93 anos, prestou provas "conscientemente falsas" sobre o seu conhecimento das escutas telefónicas e de outros actos ilegais, e que esteve pessoalmente envolvido num encobrimento.

No entanto, Harry foi autorizado a alterar o seu caso para incluir alegações de que os jornais tinham colocado escutas nos seus telefones fixos, e o juiz decidiu que os queixosos podiam incluir acusações contra mais jornalistas e investigadores privados, e alterar o seu caso para trazer mais pormenores de alegadas mentiras da NGN a um inquérito público.

Fancourt disse ao tribunal que ambas as partes tinham ganho cerca de metade das alterações contestadas, embora a NGN tivesse ganho em pontos mais "importantes", como trazer "o Sr. Murdoch pessoalmente para o assunto".

Na sua decisão escrita, Fancourt afirmou que os autores das acções judiciais contra a NGN não resistiam a acrescentar cada vez mais pormenores, que, segundo ele, eram de grande interesse para "os jornalistas que procuram uma boa história para publicar", mas que não acrescentavam qualquer peso às provas.

"Também considero que há um desejo por parte daqueles que gerem o litígio do lado dos requerentes de disparar contra alvos 'troféu', quer se trate de questões políticas ou de indivíduos de alto perfil", disse. "Isto não pode tornar-se um fim em si mesmo."

Um porta-voz da NGN disse que o tribunal tinha "justificado completamente a posição da NGN", enquanto os queixosos disseram numa declaração conjunta que estavam satisfeitos por o juiz lhes ter permitido alterar o seu caso em "várias questões significativas", tais como as alegações sobre a destruição deliberada de provas.

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