Diagnosticada com leucemia crónica em 2015, Susana Vieira diz-se “em paz” com a doença

Actriz, de 81 anos, revelou que a doença incurável lhe trouxe a paz que a idade, disse, por vez tira. A artista tem leucemia linfática crónica e anemia hemolítica auto-imune.

Foto
Susana Vieira, na inauguração da sede da TV Globo Europa em Lisboa, em 2011 Rui Soares/arquivo
Ouça este artigo
00:00
02:16

A actriz brasileira Susana Vieira aproveitou uma entrevista ao programa Fantástico deste domingo para falar sobre a doença que lhe foi diagnosticada há quase nove anos: “Não tem cura e não adianta fazer transplante de medula”, disse a propósito da leucemia linfática crónica (LLC), acrescentado que sofre ainda de anemia hemolítica auto-imune.

“Essa doença — parece que foi Deus — me deixou em paz”, garantiu, fazendo alusão à forma como o avançar da idade vai deixando uma pessoa “preocupada”, ainda que, na sua biografia, Senhora do Meu Destino, que se encontra a promover, descreva métodos para se manter jovem: “Tomar banho gelado, dormir muito, andar uma hora...”

Aos 81 anos, Susana Vieira, presença assídua nas telenovelas, de Baila Comigo (RTP1, 1981) a Terra e Paixão, de 2023 e a estrear brevemente na SIC, tem vindo a ser o rosto, no Brasil, da leucemia linfática crónica, tendo participado numa campanha de consciencialização sobre a doença, intitulada Cancro no Sangue Também é Cancro, desenvolvida pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), e com apoio da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e da Janssen Brasil, para informar sobre os tumores hematológicos.

O que é a leucemia linfática crónica?

A leucemia linfática crónica (LLC) é uma doença maligna do sangue em que as células tumorais são os linfócitos, que têm origem na medula óssea; na grande maioria dos casos envolve os linfócitos B, especifica a Associação Portuguesa Contra a Leucemia.

A LLC é o tipo de leucemia mais frequente no Ocidente, com cerca de três a dez novos casos por cem mil habitantes; no Oriente, a incidência é menor. A LLC corresponde a cerca de 30% de todas as leucemias, sendo mais comum a partir dos 60 anos e ligeiramente mais frequente no sexo masculino. Em Portugal, são diagnosticados cerca de 550 novos casos por ano.

A doença, que pode ser identificada num simples hemograma, pode manter-se estável e sem sintomas durante muito tempo, não necessitando de tratamento. O transplante de células estaminais pode ser realizado, mas, uma vez que a doença se concentra em pessoas de idade avançada, a intervenção é evitada, já que requer quimioterapia intensiva prévia.

Sugerir correcção
Comentar