Portugal iguala Espanha e supera Alemanha no top 50 da formação para empresas
País pontua melhor nos cursos personalizados, com cinco presenças no top 50 do ranking FT, do que nos programas de inscrição aberta, em que só tem três entre as 50 melhores.
Portugal tem menos população e menos escolas do que países como Alemanha ou Espanha, mas quando se olha para a avaliação que o Financial Times (FT) faz anualmente aos cursos de formação de executivos, há pequenos que parecem gigantes.
É isso que sugerem os resultados da avaliação em 2024 aos cursos personalizados para empresas (custom executive education, em inglês), um tipo de ensino associado a universidades mas que não concede grau. Numa lista com 90 escolas de todo o mundo (mas com forte pendor europeu), Portugal tem cinco escolas avaliadas e todas estão no top 50.
Em termos quantitativos, iguala Espanha, que tem mais escolas avaliadas (seis), mas as mesmas cinco presenças entre as 50 melhores. Na mesma linha de raciocínio, Portugal supera mesmo a Alemanha, que tem sete escolas entre as 90 da lista deste ano, mas apenas quatro estão entre as primeiras 50.
A mesma coisa se concluiria na comparação de Portugal com outros países muito maiores em população, como Itália (cinco presenças, duas no top 50), Canadá (quatro presenças, duas até ao 50.º lugar), Brasil (cinco e três, respectivamente) ou Índia (seis e três).
Até mesmo face aos EUA, tal conclusão continua verdadeira: há oito escolas desse país no ranking e apenas quatro estão entre as 50 melhores. Um resultado que só pode ser explicado com a reduzida presença das escolas dos EUA, sendo notória a ausência de nomes como Wharton, Harvard ou MIT Sloan, para nomear apenas algumas das de grande projecção.
As cinco escolas de negócios portuguesas nesta lista são, por ordem decrescente de classificação de 2024, as da Nova (13.º), da Católica (30.º), do ISEG (39.º), do ISCTE (45.º) e a da Universidade do Porto (PBS, 47.º).
Pela classificação média dos últimos três anos, há escolas deste lote que sobem, outras pioram, mas todas continuam no top 50, com excepção da do ISCTE, que não entra nestes cálculos da média a três anos porque só foi avaliada nos últimos dois.
Porém, esta leitura da posição portuguesa no contexto global pode escapar a quem consultar apenas as notas de imprensa divulgadas pelas escolas portuguesas, e que se focam nos resultados individuais. E se olharmos para as posições relativas em vez de para o número de presenças, é notório que os países mais populosos e com economias mais desenvolvidas têm mais escolas nos lugares cimeiros.
No topo desta lista está o INSEAD (França/Singapura), o IESE (Espanha/EUA/Alemanha/Brasil) e o IMD (Suíça/Singapura). A França (14 escolas, sete no top 20) e o Reino Unido (11 escolas, quatro no top 20) são dois dos países mais bem representados no topo desta lista.
Tal como habitualmente, o FT também divulga o ranking das escolas com programas de inscrição aberta (open executive education) e neste domínio a posição de Portugal no panorama mundial já não é tão boa.
Das mesmas cinco escolas, apenas três – Nova (41.º), Católica (42.º) e Porto (44.º) – entram no top 50. ISEG está em 57.º lugar e ISCTE ficou em 64.º, numa lista que tem 80 escolas e é liderada pela HEC Paris, IESE e ESADE (Espanha).
Contrariamente a edições anteriores, o FT não divulga este ano um ranking agregado, com uma média ponderada das classificações naquelas duas listas.