Restituição de bens culturais: um debate adiado
Inventariar e estudar a origem do património vindo das ex-colónias é uma “obrigação ética”, mas também uma “oportunidade” para melhorar as condições e as práticas dos museus portugueses.
As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a obrigação de o país assumir os custos dos crimes do colonialismo vieram reacender o debate em torno das várias modalidades de reparação às antigas colónias, incluindo a restituição de bens culturais, um tema a que Portugal está ainda longe de prestar a atenção que lhe vem sendo dedicada noutros países europeus, cujos museus dispõem hoje de detalhados guias de boas práticas para os ajudar a lidar com objectos (e restos humanos) obtidos em contexto de dominação colonial. E por estes dias tivemos mais um sinal de que a questão está mesmo na ordem do dia, com o pedido formal que a Colômbia endereçou esta quinta-feira ao Governo espanhol para que proceda à devolução do tesouro dos Quimbayas, uma das colecções mais apreciadas do Museu da América, em Madrid.
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