Protesto estudantil bloqueia edifício da FCSH em Lisboa

Movimento tem uma assembleia estudantil marcada para domingo, às 17h, na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, para decidir a ampliação dos protestos.

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Estudantes exigem corte de relações diplomáticas e financeiras entre as instituições portuguesas e Israel Lusa/José Sena Goulão
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Os estudantes do movimento “Fim ao Genocídio, Fim ao Fóssil”, que já estavam a ocupar a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa há vários dias, bloquearam na manhã deste sábado o acesso a um dos seus edifícios. São cerca de dez estudantes, que estão “prontos para ficar o tempo que for necessário”, refere Joana Fraga, uma das porta-vozes.

É mais uma acção de protesto do movimento que reivindica ao Governo que defenda um cessar-fogo imediato em Gaza e um plano que permita pôr fim ao uso dos combustíveis fósseis até 2030, em Portugal. Estas acções, que têm acontecido em várias faculdades do país e que ainda na sexta-feira levaram à ocupação temporária do Ministério dos Negócios Estrangeiros, inserem-se num movimento mais amplo, nascido nos Estados Unidos da América e que se espalhou a vários países do mundo.

Ao PÚBLICO, Joana Fraga explica que o pequeno grupo está “barricado dentro do edifício C, em forma de protesto” e que não há hora para permitirem, de novo, o acesso. “Enquanto conseguirmos, vamos manter o protesto. Vamos resistir”, disse. Além de se bloquearem no interior do edifício, os estudantes colocaram uma faixa onde se lê “Deixa-te de fitas, Queima o Imperialismo”, numa alusão à festa da queima das fitas, que se realiza este sábado.

Em comunicado, Beatriz Xavier, outra porta-voz do movimento explica: "Somos um movimento estudantil que, assim como muitos no passado, luta contra um sistema que está a falhar. No passado, movimentos estudantis reivindicaram o seu futuro e um fim ao colonialismo. Estamos a fazer o mesmo." E acrescenta: "Fazemo-lo nas nossas escolas por serem, também historicamente, os espaços de luta do movimento estudantil e porque nos dizem que é aqui que nos devemos preparar para o futuro. Também é isso que estamos a fazer".

A menos que sejam forçados a sair do local, como tem acontecido noutras acções similares, os estudantes deverão permanecer por ali, pelo menos, até domingo à tarde. Nessa altura, pelas 17h, na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa está prevista uma assembleia estudantil, para discutir passos futuros. “Vamos reunir os estudantes de todas as faculdade para planear os próximos passos do movimento e discutirmos como podemos amplificar o movimento”, diz Joana Fraga.

No comunicado enviado às redacções, a jovem reclama: “Enquanto nós celebramos os nossos sucessos académicos, crianças estão a ver desaparecer todas as escolas do seu país. O direito à Educação está a ser constantemente posto à prova. E não é por nós.” Como exemplo, o movimento refere a destruição de escolas e faculdades em Gaza, e o encerramento, em Março, pelo governo do Sudão do Sul de todas as escolas durante uma semana, por causa de uma onda de calor.

Os estudantes apelam ainda à participação de toda a sociedade civil numa marcha que está prevista para o dia 8 de Junho, até ao gabinete de Representação do Parlamento Europeu em Lisboa, para protestar contra o que dizem ser “a falta de resposta da União Europeia ao genocídio em Gaza e à crise climática”.

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