No Ciência Viva de Proença-a-Nova servem-se BioAromas de inclusão

O BioAromas LIIS promove a integração de adultos com necessidades especiais através da produção e venda de infusões no Centro de Ciência Viva da Floresta (Proença-a-Nova). Agora, também com refeições.

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No BioAromas LIIS produzem-se ervas aromáticas para provar que se É Capaz Miguel Manso
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É no Centro Ciência Viva dedicado às temáticas da floresta, em Proença-a-Nova, que está sediado o BioAromas LIIS – Laboratório de Inovação e Integração Social, um projecto que promove a integração social e profissional de adultos com necessidades especiais, através do cultivo de plantas aromáticas e condimentícias para criação de infusões com a marca É Capaz, à venda na cafetaria e loja do espaço (para consumo no local ou em embalagem).

Como é fim-de-semana, conhecemos os 12 membros da equipa, com idades entre os 18 e os 52 anos, apenas através dos retratos expostos na zona do bar. Mas Edite Fernandes, directora executiva do Centro Ciência Viva da Floresta, vai contando o projecto em detalhe e mostrando os cantos à casa. A iniciativa surgiu em 2020, “um bocadinho como a continuidade do BioAromas”, um projecto-escola que já existia no município e que além da componente lectiva integrava a produção de plantas aromáticas. “Só que depois, a partir do 12.º ano e dos 18 anos, os jovens ficavam sem uma resposta social.”

O LIIS nasce como um prolongamento do projecto, porque a vida não termina na escola, com o objectivo de “se integrarem na sociedade e conseguirem arranjar também uma resposta profissional lá fora”. “Fazemos também essa preparação.” Procura igualmente ser prova de que “a ciência pode ser inclusiva”, aproveitando a temática da floresta do centro para focá-la nos seus vegetais mais aromáticos e condimentícios. Aqui faz-se o ciclo completo, desde a semente, ainda na estufa, ao plantio nos campos do centro e posterior recolha, mas também a selecção, a secagem e o embalamento, num edifício criado para o projecto, anexo e interligado ao Ciência Viva. A produção já está a ser feita em modo biológico e, “em princípio”, para o ano já terão a certificação. O grupo tem ainda várias aulas, e actividades “para treinar a motricidade fina”.

Meados de Primavera, ainda são poucas as plantas que estão no seu auge. Só erva-cidreira e carqueja, “uma espontânea” que apanham “aqui no bosque”. A produção do ano passado já escoou praticamente toda, o que é “bastante bom”, ainda que a quantidade “não seja muita”. Numa vitrina do bar vemos embalagens de equinácea, erva-príncipe, perpétua-roxa e perpétua-branca, tomilho-limão, sálvia... No início do ano, o projecto estendeu-se à cozinha, com a criação da Cafetaria Officinalis, e passou a ser possível vir também “almoçar aqui no centro” um menu confeccionado e servido pela equipa do LIIS. “Porque eles são capazes.” O financiamento do Portugal 2020 terminou no final do ano passado. “Agora estamos à procura de novo financiamento, já fizemos candidaturas, para o projecto continuar.”

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