A festa do título: mãos na taça e duas despedidas

Depois do triunfo, o Sporting celebrou o título em Alvalade, enquanto dizia adeus a Antonio Adán e Luís Neto.

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PEDRO ROCHA / REUTERS
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Haveria festa, houvesse, ou não, vitória frente ao Desportivo de Chaves em Alvalade no último jogo do campeonato. Há cerca de duas semanas, o Sporting fechou o seu 20.º título de campeão (24.º, segundo a contabilidade do clube), mas ainda faltava meter as mãos na taça e com os adeptos a ver. Esse foi o ponto alto da festa “leonina”, quando Sebastian Coates cumpriu o ritual de todas as equipas que ganham títulos. Como capitão, foi ele o primeiro a tocar no troféu e a erguê-lo, com a ajuda de dois companheiros de jornada cuja vida sportinguista está a chegar ao fim, Antonio Adán e Luis Neto.

Depois do triunfo, que confirmou o estatuto de Alvalade como fortaleza intransponível para os adversários (17 vitórias em 17 jogos no campeonato), o Sporting começou por homenagear dois bicampeões que estão de saída. Um deles, Neto, despediu-se em campo e, já depois do final do jogo, voltou para nova ovação dos adeptos e cumprimento de Frederico Varandas. Adán, por seu lado, despediu-se após quatro anos em que foi o dono da baliza “leonina”, estatuto que perdeu quando se lesionou em Fevereiro.

Na despedida, Neto não revelou qual será o seu futuro. “O meu futuro ainda não é clarificador. Preciso de tomar pequenas decisões familiares para conseguir projetar o que será o meu pós-Sporting”, disse o central poveiro, que revelou um pouco de como foi esta época a nível pessoal, em que passou a ser mais homem de balneário do que jogador importante em campo: “Somos todos melhores jogadores e pessoas quando jogamos. Porém, a partir de um certo momento, podia escolher por algo mais negativo e ser uma influência não tão positiva. Optei pela segunda, viver todos os momentos, ia existir algo que nunca iria perdoar, que era sentir que não tinha dado tudo.”

Adán também deixou o seu futuro longe de Alvalade em aberto, sentindo-se feliz pelo percurso com títulos nestes quatro anos, apesar do final longe da baliza: “As lesões não têm momento certo. Sempre disse: sou e fui muito feliz no Sporting. Agora, acaba uma etapa, há que começar outra. Foi uma etapa das mais importantes da minha carreira. Estou feliz por eles e agradecido, sempre.”

Depois das despedidas, a festa. Um a um, os jogadores subiram ao relvado para receberem as medalhas de campeões. Uns mais celebrados que outros, como Pote, Nuno Santos, Gyökeres ou Paulinho, que entrou com o outro Paulinho, o roupeiro, e ao som da sua música (“Se o Paulinho mostra os dentes…”). Mas todos foram aplaudidos, mesmo aqueles que não tiveram minutos (como o jovem central Muniz) e o último a ter minutos de campeão nesta época, o guarda-redes Francisco Silva.

Entraram jogadores e equipa técnica, ficou para o fim Coates, o capitão que está no clube desde o início de 2016, um dos poucos que viveu os tempos turbulentos e que continuou no clube. O uruguaio recebeu a taça das mãos de Pedro Proença, foi colocar-se no meio do grupo e chamou Adán e Neto para o ajudarem a levantar o troféu. Três, dois, um, os três capitães assim o fizeram: sportinguistas, aqui está a taça de campeão.

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