Caixa quer dar dividendos de 825 milhões de euros ao Estado este ano

Depois dos lucros recorde do ano passado, a Caixa quer entregar um dividendo extraordinário de 300 milhões ao Estado, que se somam aos 525 milhões já aprovados e que serão entregues em breve.

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Paulo Macedo, presidente executivo da CGD MIGUEL A. LOPES/Lusa
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) prepara-se para entregar um dividendo de 525 milhões de euros ao Estado, seu accionista único, relativo aos lucros do ano passado. Este é o valor já aprovado, mas a administração do banco público, que obteve resultados históricos em 2023, pretende ir mais longe e entregar um dividendo adicional de 300 milhões ainda este ano, elevando para 825 milhões o valor total a distribuir ao accionista.

A intenção foi comunicada esta quinta-feira pelo presidente executivo da Caixa, Paulo Macedo, durante a apresentação de resultados trimestrais do banco, que reportou um resultado líquido de 394,5 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.

Os dividendos de 525 milhões de euros já eram conhecidos e, agora, a Caixa indica que o pagamento será feito ainda durante o segundo trimestre deste ano. Este valor é relativo ao exercício de 2023, ano em que a instituição alcançou um lucro recorde de 1291 milhões de euros, resultado impulsionado pelo contexto de subida das taxas de juro. Na altura em que apresentou os resultados de 2023, no passado mês de Março, Paulo Macedo já tinha aberto a porta à distribuição de um dividendo extraordinário.

Agora, essa intenção é reforçada e o presidente da Caixa compromete-se com um valor. "Queremos completar o dividendo com 300 milhões de euros adicionais, para chegar aos 2500 milhões da ajuda pública", disse Paulo Macedo durante a apresentação desta quinta-feira, referindo-se à injecção de capital que o banco público recebeu no âmbito do plano de recapitalização de que foi alvo em 2017.

O presidente da Caixa ressalvou, contudo, que ainda não há qualquer decisão quanto a este dividendo extraordinário e que o tema ainda não foi discutido com o accionista, ainda que a administração da CGD já se tenha reunido com o novo Governo.

Aos dividendos que serão distribuídos este ano, destacou ainda Paulo Macedo, acrescem as rendas que a Caixa está a pagar ao Estado pela utilização do edifício que continua a utilizar como sede, mas que entregou ao Estado no ano passado para que o Governo concentre aí vários ministérios. Ao todo, as rendas pagas em 2023 ascendem a cerca de 15 milhões de euros. Já os custos regulatórios e impostos totalizaram 226 milhões de euros no ano passado.

Assim, a Caixa contabiliza em perto de 770 milhões de euros o valor entregue ao Estado durante 2023, entre dividendos, rendas, impostos e custos regulatórios. O valor dos dividendos já foi deduzido dos fundos próprios regulamentares da Caixa, que, ainda assim, atingiu capitais próprios superiores a 10 mil milhões de euros no final do primeiro trimestre deste ano. Esta fasquia foi ultrapassada pela primeira vez e resulta da "geração de capital orgânico", destaca o banco.

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