Polícias concentrados junto ao Ministério da Administração Interna “não aceitam migalhas”
A primeira reunião entre Margarida Blasco e os dirigentes das cinco associações da GNR começou por volta das 15 horas e às 17 horas está marcado o encontro com os seis sindicatos da PSP.
Cerca de uma centena de elementos da PSP e da GNR estão concentrados esta quarta-feira na Praça do Comércio, em Lisboa, para manifestarem o seu descontentamento com a proposta do suplemento de missão e dizerem ao Governo que "não aceitam migalhas".
A concentração, convocada através das redes sociais e que conta o apoio logístico do Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia, acontece ao mesmo tempo que a ministra da Administração Interna está reunida com as associações socioprofissionais da GNR e sindicatos da PSP sobre a atribuição de um novo suplemento de missão.
Virados para o edifício onde está instalado o Ministério da Administração Interna (MAI), os polícias da PSP e militares da GNR concentrados exibem alguns cartazes onde se lê: "não aceitamos migalhas", "exigimos igualdade" e "uma questão de justiça".
"Estamos aqui para mostrar descontentamento face à proposta do Governo apresentada na última reunião e alertar que não aceitamos migalhas", disse à Lusa Josué Ribeiro, do Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia, que não tem direito a estar na negociação com a tutela pelo reduzido número de associados.
Os polícias em protesto concordam com a contraposta apresentada pela plataforma, que congrega os sindicatos da PSP e as associações da GNR, ao MAI, mas não tem grande esperança que seja aceite pelo Governo.
Josué Ribeiro afirmou que os elementos da PSP e da GNR acreditam que a reunião de hoje pode correr em "1% de forma positiva" e em "99% de forma negativa", antevendo por isso futuras formas de luta.
A primeira reunião entre Margarida Blasco e os dirigentes das cinco associações da GNR começou por volta das 15 horas e às 17 horas está marcado o encontro com os seis sindicatos da PSP.
Os polícias concentrados na Praça do Comércio prometem ficar até ao final das reuniões e esperam que mais para o fim do dia um maior número de elementos das forças de segurança se junte ao protesto.
A plataforma propõe que os actuais 100 euros pagos aos polícias no suplemento por serviço e risco nas forças de segurança sejam substituídos por uma componente fixa de 712,96 euros, o que se traduziria num aumento efectivo de cerca de 600 euros.
Além deste valor, defendem a manutenção da componente variável do suplemento, que corresponde a 20% do salário base e querem que este aumento seja pago com retroactivos a 1 de Janeiro de 2023.
O actual suplemento pago a estas forças de segurança inclui uma componente fixa de 100 euros e uma variável de 20% do salário base.
A plataforma já avançou que as estruturas vão abandonar as negociações com o Governo caso não seja apresentada "uma nova proposta digna" por parte do MAI.
Na reunião de 2 de Maio, o MAI propôs um novo suplemento de missão para os elementos da PSP e da GNR de entre 365,13 e 625,94 euros.
O suplemento proposto tem como referência os vencimentos base do director-nacional da PSP e do comandante-geral da GNR e substitui o actual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.
Com este novo suplemento de missão, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 12% da remuneração base do director nacional da PSP e do comandante da GNR, que é de 5.216,23 euros.
A proposta prevê um suplemento de 9% para os chefes da PSP e sargentos da GNR e de 7% para os agentes e guardas.