Polícias concentrados junto ao Ministério da Administração Interna “não aceitam migalhas”

A primeira reunião entre Margarida Blasco e os dirigentes das cinco associações da GNR começou por volta das 15 horas e às 17 horas está marcado o encontro com os seis sindicatos da PSP.

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Membros das Forças de Segurança exibem cartazes com palavras de ordem durante uma manifestação do Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia em frente ao Ministério da Administração Interna JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA
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Cerca de uma centena de elementos da PSP e da GNR estão concentrados esta quarta-feira na Praça do Comércio, em Lisboa, para manifestarem o seu descontentamento com a proposta do suplemento de missão e dizerem ao Governo que "não aceitam migalhas".

A concentração, convocada através das redes sociais e que conta o apoio logístico do Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia, acontece ao mesmo tempo que a ministra da Administração Interna está reunida com as associações socioprofissionais da GNR e sindicatos da PSP sobre a atribuição de um novo suplemento de missão.

Virados para o edifício onde está instalado o Ministério da Administração Interna (MAI), os polícias da PSP e militares da GNR concentrados exibem alguns cartazes onde se lê: "não aceitamos migalhas", "exigimos igualdade" e "uma questão de justiça".

"Estamos aqui para mostrar descontentamento face à proposta do Governo apresentada na última reunião e alertar que não aceitamos migalhas", disse à Lusa Josué Ribeiro, do Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia, que não tem direito a estar na negociação com a tutela pelo reduzido número de associados.

Os polícias em protesto concordam com a contraposta apresentada pela plataforma, que congrega os sindicatos da PSP e as associações da GNR, ao MAI, mas não tem grande esperança que seja aceite pelo Governo.

Josué Ribeiro afirmou que os elementos da PSP e da GNR acreditam que a reunião de hoje pode correr em "1% de forma positiva" e em "99% de forma negativa", antevendo por isso futuras formas de luta.

A primeira reunião entre Margarida Blasco e os dirigentes das cinco associações da GNR começou por volta das 15 horas e às 17 horas está marcado o encontro com os seis sindicatos da PSP.

Os polícias concentrados na Praça do Comércio prometem ficar até ao final das reuniões e esperam que mais para o fim do dia um maior número de elementos das forças de segurança se junte ao protesto.

A plataforma propõe que os actuais 100 euros pagos aos polícias no suplemento por serviço e risco nas forças de segurança sejam substituídos por uma componente fixa de 712,96 euros, o que se traduziria num aumento efectivo de cerca de 600 euros.

Além deste valor, defendem a manutenção da componente variável do suplemento, que corresponde a 20% do salário base e querem que este aumento seja pago com retroactivos a 1 de Janeiro de 2023.

O actual suplemento pago a estas forças de segurança inclui uma componente fixa de 100 euros e uma variável de 20% do salário base.

A plataforma já avançou que as estruturas vão abandonar as negociações com o Governo caso não seja apresentada "uma nova proposta digna" por parte do MAI.

Na reunião de 2 de Maio, o MAI propôs um novo suplemento de missão para os elementos da PSP e da GNR de entre 365,13 e 625,94 euros.

O suplemento proposto tem como referência os vencimentos base do director-nacional da PSP e do comandante-geral da GNR e substitui o actual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.

Com este novo suplemento de missão, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 12% da remuneração base do director nacional da PSP e do comandante da GNR, que é de 5.216,23 euros.

A proposta prevê um suplemento de 9% para os chefes da PSP e sargentos da GNR e de 7% para os agentes e guardas.