Vitória de Guimarães recusa ficar refém do treinador Álvaro Pacheco

Presidente do clube minhoto critica conduta do treinador durante o processo de negociações com o Cuiabá, do Brasil, e assume pedido de demissão com efeito imediato.

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Álvaro Pacheco deixa V. Guimarães a uma jornada do fim do campeonato HUGO DELGADO / LUSA
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O presidente do Vitória de Guimarães, António Miguel Cardoso, confirmou esta quarta-feira a saída do treinador Álvaro Pacheco, após ter aceitado o pedido de demissão, ficando Rui Cunha interinamente responsável pelo comando da equipa de futebol.

Em conferência de imprensa, no Estádio D. Afonso Henriques, o dirigente alegou que a demissão do treinador de 52 anos, cujo contrato se estendia até 2025, é o culminar de uma série de ocorrências desde que o agente de Álvaro Pacheco, a 26 de Abril, o informou do pedido de uma reunião do presidente do Cuiabá, numa altura em que a equipa minhota ainda lutava pelo terceiro lugar.

O representante de Álvaro Pacheco comunicou ao presidente do Vitória a demissão, com efeitos imediatos, do treinador, que sairá a custo zero, podendo assumir o Vasco da Gama, depois de ter recusado o Cuiabá, que entretanto apresentou Petit, antigo responsável técnico do Boavista.

"O Vitória não pode ficar refém de uma situação destas. Queríamos alguém preocupado com o clube. Sentimos que não seria Álvaro Pacheco", disse o líder dos vitorianos.

Sem esclarecer se Rui Borges, treinador do Moreirense, é o alvo para a temporada 2024/25, António Miguel Cardoso referiu ainda que Rui Cunha, um dos treinadores adjuntos que já fazia parte da estrutura vitoriana antes da contratação de Álvaro Pacheco, orientará a equipa em Arouca, para a última ronda.

O presidente vitoriano não se opôs à realização da reunião entre o técnico e o Cuiabá, desde que "acontecesse de forma sigilosa", o que não se verificou.

António Miguel Cardoso foi confrontado com a publicação de uma fotografia do treinador nas redes sociais, num "conhecido restaurante de Lisboa", na manhã de 30 de Abril, com uma mensagem a sugerir que poderia rumar ao Brasil, tendo dado conta do desagrado face ao "completo desrespeito pelo acordado".

O responsável máximo dos vimaranenses criticou o "timing" da reunião, que levou Álvaro Pacheco a faltar a um evento com "o objectivo de fortalecer o grupo de trabalho", tendo o técnico comunicado a ausência, por "motivos pessoais", a um dos capitães.

O dirigente criticou o convite endereçado aos adjuntos que pertenciam à estrutura, para acompanharem Pacheco na futura equipa técnica, bem como as reuniões, por videoconferência, com responsáveis brasileiros sem o conhecimento da direcção.

Confirmada a saída de Álvaro Pacheco, após as derrotas com Rio Ave e Sp. Braga, que ditaram o quinto lugar na Liga, António Miguel Cardoso considerou que o sucedido teve "impacto no rendimento" dos jogadores, instando Álvaro Pacheco a pedir desculpa ao clube.

"Entendemos que o Álvaro tenha uma preocupação em relação à próxima época, mesmo financeiramente. Mas as coisas têm de ser feitas de determinada forma. Há que pedir desculpa. Lamento que não o tenha feito. É surreal que a direcção do Vitória permitisse ao Álvaro faltar a um evento do clube para se encontrar com dirigentes de outro clube", disse.

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