Cheias no Rio Grande do Sul persistem com águas a chegar a níveis históricos

Registou-se mais uma morte, subindo o nível de vítimas mortais para 148. Nível do lago Guaíba, em Porto Alegre, está prestes a atingir novo recorde, superando o máximo registado no início deste mês.

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As inundações atingiram todo o estado do Rio Grande do Sul, incluindo a capital de Porto Alegre Adriano Machado / REUTERS
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Canoas, norte de Porto Alegre Sebastiao Moreira / EPA
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As cheias que assolam o estado brasileiro do Rio Grande do Sul teimam a persistir, sendo a área da capital do estado, Porto Alegre, a mais afectada. Nos números mais recentes, registam-se 148 mortos e 124 desaparecidos desde o início das cheias há duas semanas.

Para além das mortes e feridos, segundo a Folha de S. Paulo, mais de 76 mil pessoas tiveram a sua casa destruída e mais de 530 mil estão desalojadas devido às cheias, que afectaram 450 dos 497 municípios do estado do Sul brasileiro.

O governo do estado do Rio Grande do Sul informou, segundo o jornal regional online O Sul, esta terça-feira, que mais de 267 mil pessoas continuavam sem electricidade e quase 140 mil estavam sem fornecimento de água.

Na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, o lago Guaíba, corpo hídrico que banha a cidade gaúcha, as águas vão voltar a subir, podendo chegar aos 5,4 metros de altura segundo a Folha de S. Paulo, quebrando assim o recorde estabelecido no dia 5 deste mês, quando as águas do Guaíba atingiram 5,35 metros.

Assim, na capital gaúcha, viveu-se “uma corrida contra o tempo” esta segunda-feira, conta o jornal. O Bairro de Lami, bairro mais a sul da cidade e localizado à beira do Guaíba, teve de ser evacuado devido às fortes ondas do lago inundado, potenciadas pelos ventos fortes que atingem a região. Já junto ao centro histórico da cidade, tiveram de ser erguidos diques feitos com sacos de areia.

Para além do desastre humano, a economia do estado também tem sido brutalmente afectada. Segundo números avançados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), 94,3% de toda a actividade económica do estado foi afectada, incluindo "os principais pólos industriais do Estado", disse o presidente da federação industrial, Arildo Bennech Oliveira, citado pelo jornal rio-grandense Jornal do Comércio.

Tudo indica que as chuvas acalmarão, mas não por muito tempo. Segundo a organização meteorológica brasileira Climatempo, a trégua dada pelas chuvas será de curta duração, regressando na quinta-feira. Segundo o professor Rualdo Menegat, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, contactado pela Folha de S. Paulo, o quadro das cheias "não será revertido nos próximos dias", apontando para que a cidade de Porto Alegre pode permanecer inundada durante um mês, devido à sucessão de chuvas previstas.

Texto editado por Ivo Neto

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