Dez razões para não perder o Vinho da Casa

De 17 a 19 de Maio, na casa La Distillerie, em Lisboa, 20 dos mais consagrados produtores de vinho do país juntam-se ao Vinho da Casa, um convívio intimista com música, festa e gastronomia.

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Carlos Agrellos, na edição de 2023 do Vinho da Casa Jose Sergio
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Primeira razão: fazer parte de um evento único

Vinho da Casa não é uma feira onde se vão provar os vinhos da estação, apesar de contar com muitos vinhos. Também não é uma agenda de concertos, apesar de ter músicos. Nem é sequer apenas uma festa privada onde se experimenta, prova, convive e se conhece de perto quem são e o que fazem muitos dos maiores criadores de vinhos de Portugal, ainda que haja vários momentos de festa. O Vinho da Casa é tudo isso. Mas é ainda muito mais. Como regista a sua marca, Não é Qualquer Vinho, Não é Qualquer Casa.

Segunda razão: experimentar vinhos raros e de topo

Por onde começar? Ao todo, haverá em prova 100 referências de vinhos que, em muitos casos, estão fora do mercado. Pode ser um Mouchão 2011, um ano incrível, ou o raro e sempre clássico Mouchão Tonel N.º 3-4, de 2013? Uma criação de Anselmo Mendes, o Curtimenta 2011 em double-magnum? Um Madeira Tinta Negra de 2008, um Verdelho de 1994 ou um Três Amigos Meio Doce com 50 anos? Ou, que tal um Sercial de 2015, produzido com curtimenta? Se optar por começar no Dão, um Villa Oliveira, nas versões Encruzado (de 2016), ou um Vinha das Pedras Altas (2014) parecem-lhe bem? E como não comparar o Gloria Reynolds Art & Tradition de 2009, 2011 e 2013? Ou experimentar o Tapada do Chaves Vinhas Velhas Branco de 2008 ou o raro Cartuxa Alicante Bouschet e Syrah de 2011, da Fundação Eugénio de Almeida? Se lhe interessam os prémios, terá o Júlio B. Bastos de 2018, considerado o “Melhor do Ano” no concurso da ViniPortugal deste ano – mas terá a gama superior de Júlio B. Bastos de 2014 e 2015. De Luís Pato pode experimentar o Quinta do Ribeirinho de 2021 (branco), o Special One de 2010 ou o Pé Franco da Quinta do Ribeirinho de 2015. De Mário Sérgio, da Quinta das Bágeiras, o Aldeia da Figueira de 2012. Da Niepoort, um Quinta da Lomba 2016 do Dão, um Turris de 2018 do Douro ou, como não podia deixar de ser, um Porto Colheita de 2003. Do Crasto, o majestoso Vinha Maria Teresa, de 2019, da Noval um reserva tinto de 2012 ou, entre outros, um Porto Colheita de 1997 e um Vintage fantástico de 2017. Da Quinta do Vallado um Porto de 50 anos, ou o Vinha da Coroa, de 2017. Do Vale Meão, o Colheita Porto de 1999, o Vale Meão clássico de um ano grandioso, 2017, ou o Vinha dos Novos de 2012, ambos em versão magnum. Da Ramos Pinto, o Ervamoira 2021 ou um Duas Quintas Reserva 2011. Ou um Porto Ervamoira Vintage do ano clássico de 1994 ou o Ramos Pinto Vintage de 2000. Da Sogrape, o Vinha Grande de 1996, o Casa Ferreirinha Reserva Especial de 1984 ou o Herdade do Peso Ícone de 2014. A família Symington leva à Casa o Vértice Gouveio de 2015, que está numa forma extraordinária, o Chryseia 2014 em magnum, ou Colheita Graham’s de 1974 (o fortificado do ano para o júri da ViniPortugal) e um Dow’s de um ano grandioso: 1994. A Taylor's propõe o Eminência Loureiro de 2015 (sim, estes Verdes evoluem muito bem), o Principal Grande Reserva de 2012 da Bairrada e, como não podia deixar de ser, um Vintage, de 2003. Já a Wine & Soul leva o Pintas ou o Pintas Character de 2013.

Terceira razão: conhecer e dialogar com os criadores

Por detrás de um grande vinho há sempre uma bela história. Da região de origem, pelos seus solos, pelo seu clima, pelos seus declives. Mas também na forma como os enólogos ou os produtores interpretam a natureza e a completam com os seus sentidos. No Vinho da Casa, vai poder provar os vinhos enquanto se dialoga com produtores ou enólogos como Luís Pato, Mário Sérgio, Pedro Baptista, da Fundação Eugénio de Almeida, ou Susana Esteban. Faz toda a diferença. Há enigmas nos vinhos que devem permanecer incólumes, mas há traços de identidade nos aromas ou nos taninos que se entendem muito melhor junto de alguém que os desenhou.

Quarta razão: perceber a diversidade dos vinhos portugueses

O critério de escolha dos nossos produtores obedeceu a vários padrões de exigência: um deles, a qualidade do que produzem. Mas há a preocupação de permitir aos participantes uma viagem pela extraordinária diversidade dos vinhos de Portugal. De Norte a Sul, do litoral ao interior, dos climas frescos da beira atlântica aos invernos e verões extremos do Douro ou do Dão, o Portugal vinícola está reunido na Casa. Da mesma forma, haverá brancos e tintos, grandes espumantes e, claro está, dois clássicos nacionais: grandes Porto e grandes Madeira.

Quinta razão: partilhar experiências

O Vinho da Casa é ideal para partilhas entre amigos ou familiares. Não há o risco de manifestações ruidosas nem de espaços sobrepovoados, pelo que, em torno de um vinho e ao lado de um produtor, geram-se momentos únicos de prova e de partilha de experiências. É nessa partilha de experiências, ainda para mais lado a lado com enólogos, que se aprende a perscrutar o vinho. Os narizes mais sensíveis acabam por fixar aromas, os palatos mais exigentes a distinguir volumes e estruturas e é assim que o conhecimento reforça a paixão pela enofilia.

Sexta razão: experimentar momentos culturais únicos

Mário Laginha gosta de vinho, mas não é especialista, diz ele. Sérgio Godinho gosta mais de tinto do que de branco, mas diz-se um devoto dos Alvarinho. O pianista e o cantor vão partilhar com os presentes momentos musicais e de convívio. Vale tudo: falar de vinho, ou de música, tanto faz. Primeiro, sente-se com um copo na mão e ouça dois dos mais prestigiados músicos de Portugal. Depois, a gente fala. Ou, como escreveu Sérgio Godinho no seu inesquecível O Primeiro Dia, “brinda-se aos amores, com vinho da casa”.

Sétima razão: aceder a pairings perfeitos

Depois de dar uma volta ao país do vinho e a tantos dos seus intérpretes maiores, chega a hora de juntar ao vinho o seu par inseparável: a comida. Para apadrinhar a aliança, convidámos o chef Alexandre Silva, do Loco (uma estrela Michelin) e do Fog. É uma espécie de momento de síntese, com todos os participantes e todos os convidados presentes, reunidos em torno de um conjunto de vinhos escolhido e, claro está, de comida de qualidade certificada pelo percurso de um dos grandes chefs nacionais.

Oitava razão: conhecer outras facetas dos produtores

Adrian Bridge vai levar ao Vinho da Casa a sua preciosa colecção de copos. Não, não está em causa apenas um objecto destinado a facilitar o consumo do vinho. A evolução do copo foi fundamental para se apreciar todo o potencial dos grandes vinhos. Estamos a falar, por exemplo, de um copo esculpido em xisto na era da civilização báctria (2500 a 2250 a.C.) ou de um outro com haste de torção de ar feito para celebrar as bodas de prata da rainha Isabel II e do Duque de Edimburgo, parte de uma colecção limitada de apenas 750 unidades. Carlos Agrellos, enólogo da Noval, é um músico de primeira linha e vai tentar provar que, não estivesse ele condenado a fazer os vinhos de uma casa emblemática do Douro e do vinho do Porto, poderia ter seguido com sucesso uma carreira artística. Paulo Nunes, da Passarella, declamará poesia. Haverá enólogos a promover sessões de showcooking: Luís Sottomayor (Casa Ferreirinha, o enólogo do Barca Velha) vai fazer sável fumado com batatas, Pedro Baptista (Cartuxa, enólogo do Pêra Manca) uma tomatada de galinha, Luís Cabral de Almeida, da Sogrape, um gaspacho, e Mário Sérgio, da Quinta das Bágeiras, uma cabidela de leitão.

Nona razão: possibilidade de participar em masterclasses únicas

Para lá dos 100 vinhos que os produtores levarão à Casa, o evento conta ainda com três momentos únicos – para os quais é necessário um bilhete especial. Dirceu Viana Júnior, um master of wine, vai dirigir uma prova com “Vinhos para acelerar o coração”, no dia 17. O casal de masters of wine Susie Barrie e Peter Richards, que farão pela primeira vez, juntos, uma prova em Portugal, terão a seu cargo a prova A Taste of History: Portugal’s fine White Wines, dia 18. E, no dia 19, o jornalista do PÚBLICO Manuel Carvalho ficará a cargo da masterclass Porto, as Seduções de um Vinho Clássico.

Dirceu Viana Júnior escolheu vinhos do quilate do Quinta do Crasto Vinha da Ponte 2016, o Casa Ferreirinha Reserva Especial 2014, o Adega do Mouchão Tonel 3-4 de 2011, o Júlio B. Bastos de 2012, o Scala Coeli 2008 Alicante Bouschet, o Vale Meão 2008 ou o Bágeiras Colheita de 2000. Já na prova de brancos, os masters of wine britânicos escolheram o Luís Pato Vinhas Velhas 1990, o Gloria Reynolds Art & Tradition 2007, o Colheita 2013 do Anselmo Mendes, o Villa Oliveira Vinha do Províncio 2012, o Guru Vinha da Calçada 2020 e o Sidecar, de Susana Esteban, de 2022 (a prova será em inglês). A masterclass dedicada ao vinho do Porto começará com um Porto Branco de 1940 das caves da Quinta do Vallado, continua com um Garrafeira da Niepoort de 1948 e logo a seguir com um Colheita da Quinta do Noval de 1968. O capítulo dos Porto envelhecidos em casco encerrará com um Taylor’s Very, Very Old Port. Para rematar, dois Vintage de grande porte: um consagrado Dow’s de 1980, certamente o melhor deste ano, e um surpreendente Ramos Pinto de 1982.

Haverá ainda uma sessão extra, de livre acesso, dedicada aos Madeira, dirigida por Ricardo Diogo, da Barbeito.

Décima razão: viajar no tempo

Se é um enófilo encartado, com uma garrafeira zelosamente acumulada ao longo de muitos anos, pode saber quão importante é o tempo na criação de grandes vinhos. No Vinho da Casa, pedimos aos produtores para se preocuparem em levar não apenas as suas criações recentes, mas também vinhos com idade, geralmente inacessíveis aos apreciadores. E eles responderam. Nas mesas, há muitos vinhos com idade para provar. E se quiser regressar ao Douro de 1940, o ano em que Londres estava a ser bombardeada pela aviação da Alemanha nazi, também pode: na masterclass dedicada ao vinho do Porto teremos um branco desse preciso ano.

O Vinho da Casa, organizado pelo PÚBLICO e pela Out of Paper, decorre de 17 a 19 de Maio, no La Distillerie, em Lisboa. As entradas, limitadas, podem ser adquiridas online (aqui) e dão acesso a todos os espaços dos produtores, aos shows de produtores e momentos de animação e convívio. Dão igualmente acesso ao jantar volante que será confeccionado pelo chef Alexandre Silva.

Esta é a segunda edição do Vinho da Casa, que tem o patrocínio da Haier, DIAM e Saverglass e o apoio da ViniPortugal. O copo oficial é Riedel, o hotel é o Torel Palace Lisboa e a produção é da H2N. A loja oficial do evento é a Garrafeira Imperial, na qual, durante o evento, poderá ser comprado vinho com 10% de desconto, com entrega em casa.

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