Tráfego rodoviário de veículos ligeiros e pesados diminuiu 2,4% em 2023

Novo estudo do INE mostra que veículos de matrícula nacional percorreram 79,5 mil milhões de quilómetros, em 2023, menos 2,4% face a 2022.

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Tráfego rodoviário diminuiu em 2023, mas está acima da grande queda de 2020, na sequência da pandemia de covid-19 Nelson Garrido
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O Instituto Nacional de Estatística (INE) iniciou esta terça-feira a publicação de um novo estudo para mostrar a evolução do tráfego rodoviário de veículos nacionais, e os resultados impressionam pela dimensão. O tráfego rodoviário estimado para os veículos de matrícula nacional, com inspecção em território nacional, ascendeu a 79,5 mil milhões veículos-quilómetros (-2,4%1 face a 2022). A unidade de veículo-quilómetro corresponde à deslocação de um veículo rodoviário na distância de um quilómetro.

Para esta informação, que pretende reforçar as estatísticas da mobilidade em Portugal e que será actualizada anualmente, o INE utiliza dados dos odómetros dos veículos (vulgo conta-quilómetros), recolhida durante as inspecções técnicas realizadas nos centros de inspecção.

Os números, ainda provisórios, mostram que entre 2016 (primeiro ano para os quais há dados) e 2018, se registou um aumento do tráfego rodoviário, apesar da desaceleração sucessiva: um aumento de 3,9% em 2017 e de 3,5% em 2018. O valor máximo da série situou-se em 82,6 mil milhões de veículos-quilómetro (vmk), em 2018, com 2019 a registar um ligeiro decréscimo (-0,9%).

Em 2020, verificou-se uma queda ainda mais acentuada, ao registar uma redução de 8,8% para 74,7 mil milhões de vkm, explicada pelas restrições ao movimento provocadas pela pandemia de covid-19.

Em recuperação face à queda do ano anterior, em 2021, registou-se um ligeiro aumento do tráfego (mais 1,8%) e, em 2022, um crescimento ainda mais significativo, de 7,2%, seguindo-se a queda de 2,4% em 2023.

No último ano, os veículos ligeiros de passageiros representaram 73,5% do tráfego total e os veículos ligeiros de mercadorias 18,5%. Seguiram-se os camiões, com 1,6%, os pesados de passageiros, com 0,8%, e os restantes 4,8% repartidos por tractores rodoviários e restantes por veículos de outras tipologias.

A informação do INE dá ainda conta do elevado peso dos veículos a gasóleo (todas as tipologias), que corresponderam a 73,8% do total de veículos por quilómetro, enquanto os veículos a gasolina representaram 21%.

A repartição dos veículos-quilómetro relativos ao ano passado mostram que os veículos (ligeiros e pesados) a gasóleo registaram um decréscimo de 5,1%, uma tendência que já vem de 2018, enquanto o tráfego dos veículos a gasolina diminuiu até 2019, tendo crescido desde então, com os números do ano passado a atingir 16,7 mil milhões de vkm.

Já os veículos 100% eléctricos, híbridos e outros registaram um crescimento de 11,3%, para 4,2% do total de vkm (0,5% em 2016), o valor mais alto da série, repartidos por 1,1 mil milhões nos 100% eléctricos, 1,3 mil milhões nos híbridos não plug-in e 0,8 mil milhões nos plug-in. Os veículos a GPL aumentaram a sua representatividade, correspondendo-lhe 1% (0,9% em 2016).

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