REN sobe investimento nas redes de electricidade e gás para 1,7 mil milhões até 2027

A REN planeia investir entre 1,5 e 1,7 mil milhões de euros nas redes de electricidade e gás, que têm “papel fundamental” na capacidade de o país fazer a transição energética.

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Rodrigo Costa, presidente da REN Miguel Manso
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O Governo ainda está a decidir quais serão “os próximos passos” de Portugal relativamente às métricas de energia e clima para os próximos anos, mas a REN - Redes Energéticas Nacionais “não pode parar” e anunciou esta segunda-feira um aumento médio do investimento anual em cerca de 70%, para um volume total de 1,7 mil milhões de euros, até 2027.

Pese embora “a volatilidade política” que o país tem vivido nos últimos meses, e que “é mais um desafio para a estratégia” da REN, a “boa notícia” para as empresas que se dedicam à gestão dos sistemas de electricidade e gás e ao transporte energético, é que, “sem redes não haverá transição energética”, assinalou o presidente da empresa, Rodrigo Costa, na apresentação do plano estratégico para os próximos quatro anos.

O outro lado da moeda é que a REN depende de elementos que “não controla”, reconheceu o gestor. “Temos muito para investir, mas precisamos que o Governo faça a sua parte, que a Comissão Europeia faça a sua parte e que o regulador [ERSE] reconheça” que os investimentos devem ter o retorno adequado, defendeu o presidente da REN.

“Pagamos muitos impostos, investimos muito e continuamos a fazer um óptimo trabalho, achamos que a regulação tem de ser mais positiva em relação a nós porque temos muito desafios no futuro”, acrescentou.

“Precisamos de um retorno justo e achamos que isso não tem acontecido”, sublinhou, por seu turno, o administrador financeiro da REN, Gonçalo Morais Soares, notando que as taxas de juro subiram, assim como os custos de financiamento da empresa.

“Há quem diga que as metas” do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 20230) “serão revistas em alta, outros acham que serão revistas em baixa”. A REN espera “que as coisas evoluam na direcção certa”, mas já definiu como prioridade dos próximos quatro anos a aposta nas redes de electricidade, de modo a preparar o país para receber mais produção renovável.

De um investimento total de 1,5 a 1,7 mil milhões de euros previstos até 2027, dois terços vão ter como destino o sector da electricidade, 25% irão para as infra-estruturas de gás (incluindo a adaptação aos gases renováveis, como o biometano e o hidrogénio) e o investimento da operação chilena.

No caso da electricidade, o investimento neste próximo ciclo entre 2024 e 2027 deverá aumentar cerca de 50%, para 240 a 280 milhões de euros por ano, para preparar as redes para os ambiciosos investimentos em solar.

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