Domingo de tréguas na Luz em nome de Rafa

Num jogo tranquilo frente ao Arouca, os “encarnados” venceram por 5-0, com golos de Dí Maria, Kökçü, Rafa (2) e Tengstedt.

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Rafa fez dois golos contra o Arouca TIAGO PETINGA / LUSA
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Os níveis de alerta no Estádio da Luz estavam altos e o risco de a despedida da época 2023/24 do Benfica em casa ser tumultuosa era real. Porém, com a mediação de Rafa, a 33.ª jornada da I Liga ficou marcada por uma trégua na contestação a Roger Schmidt. Um dia depois do treinador alemão anunciar que o “27” do Benfica iria fazer o último jogo na Luz com a camisola das “águias”, todas as atenções ficaram centradas no avançado português que, mesmo tentando fugir aos holofotes, foi o grande protagonista da partida: após rejeitar marcar duas grandes penalidades – marcadas por Di Maria e Kökçü -, Rafa bisou numa tranquila goleada benfiquista, por 5-0, onde Tengstedt fez o último golo.

Muitas vezes criticado pela forma como comunica, desta vez Roger Schmidt acertou em cheio. Sob pressão, o treinador alemão antecipou-se ao clube e ao jogador, e, na véspera do último jogo em casa, fez um anúncio num timing inesperado: “Infelizmente, tenho de dizer que é o último jogo do Rafa no Estádio da Luz. Tal como esperávamos no início da época, que seria provavelmente a sua última no Benfica, ele confirmou-o esta semana a mim e ao clube.” Isto era, segundo Schmidt, motivo para o Benfica “fazer um bom jogo” e para “criar um bom ambiente no estádio”. O guião desejado pelo germânico cumpriu-se na íntegra.

Mesmo com as contas do campeonato arrumadas para os “encarnados”, Schmidt não correu riscos. O que podia ser uma excelente oportunidade para dar ritmo e palco a jogadores como Diogo Spencer, Prestianni, Rollheiser ou Tiago Gouveia, resultou numa partida onde o técnico benfiquista não abdicou das escolhas habituais. Havia, no entanto, as ausências forçadas de Bah, Marcos Leonardo e Arthur Cabral, e, com isso, Schmidt voltou a apresentar uma equipa sem uma referência na área.

Tantas vezes elogiado esta época pela qualidade do futebol, o Arouca nos minutos iniciais ainda deu alguns sinais de que queria ser mais um problema para Schmidt, mas, após uns fogachos iniciais, o 7.º classificado da I Liga juntou-se à festa de Rafa.

Aos 6’, 17’ e 22’, o Benfica teve as primeiras oportunidades para marcar e, sem surpresa, o golo surgiu pouco depois: aos 24’, Bambu tocou a bola com o braço na área, Dí Maria ainda tentou que Rafa marcasse o penálti, mas, perante a recusa do português, o argentino fez o nono golo no campeonato. Oito minutos depois, o filme repetiu-se. Novo penálti e, apesar dos apelos do público, Rafa abdicou de marcar: Kökçü fez o 2-0.

A partir daí, o jogo ficou ainda mais controlado pelo Benfica, permitindo que as atenções se centrassem ainda mais em Rafa. E, mesmo com a sua habitual timidez, o avançado teve a despedida que os adeptos tanto queriam, conseguindo um bis, aos 42’ e 47’.

Depois, até final, Schmidt deu finalmente minutos a Rollheiser, mas quem marcou na primeira vez que tocou na bola, aos 77’, foi Tengstedt.

Nos últimos minutos, Rafa cedeu o seu lugar a João Rêgo, que aos 18 anos fez a estreia pela equipa principal do Benfica, num momento emotivo, marcado pelos aplausos dos adeptos no Estádio da Luz.

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