Sebastião Bugalho aponta meta mínima da AD para as europeias: 29%

Cabeça de lista da Aliança Democrática às eleições europeias diz que manter os actuais sete eurodeputados do PSD e do CDS é “uma meta humilde mas honesta”. E não apoia Costa no Conselho Europeu.

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O cabeça de lista da AD às eleições europeias, Sebastião Bugalho PAULO NOVAIS / LUSA
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“Aquilo que gostaria era de ter mais um ponto que a minha idade”. Sebastião Bugalho, o cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) às europeias, que voltou a apresentar-se hoje como “independente”, falava em entrevista à CNN Portugal da meta mínima que estabelece para as eleições de Junho. Ou seja, 29% dos votos.

Quanto ao tamanho do grupo da AD no Parlamento Europeu, Bugalho declarou esta sexta-feira que manter o actual número de deputados eleitos em 2019 pelo PSD e o CDS, sete, é “uma meta humilde mas honesta”.

Na CNN, o antigo comentador e ex-jornalista admitiu que a sua “inexperiência” é “óbvia”, mas apresentou-a como uma vantagem: não “ex-nada” nem “demissionário” de cargo algum, nomeadamente ministro, referindo-se à cabeça de lista do PS, Marta Temido, ou embaixador, numa referência a Tânger Corrêa, candidato do Chega.

“Não estive em casa sem fazer nada nos últimos nove anos”, ressalvou contudo. Enquanto jornalista, analista e trabalhador-estudante, diz Bugalho, analisou temas europeus e teve até, ao cursar Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Católica, “cadeiras dedicadas ao projecto europeu”.

Confrontado com um passado recente, quando declarou, em 2017, que “o principal inimigo da Europa era a União Europeia”, Sebastião Bugalho relativizou: “Era um pouco difícil não ser crítico da Europa neste contexto”. O contexto, esse, era então o da polémica desencadeada pelas afirmações de Jeroen Dijsselbloem, na altura presidente do Eurogrupo, que se referiu aos supostos gastos dos europeus do Sul com “mulheres e vinho”.

“Em 2016 a Europa era mais lenta, mais fechada, mais injusta e cometia erros inusitadamente”, enquadrou. “O maior erro da Europa, especialmente em 2016, foi o de tomar os populistas e os eurocépticos como as causas dos seus problemas e não ter a humildade de reconhecer que foram alguns erros da Europa que ajudaram a fomentar esses populismos e esses eurocepticismos”, considerou Bugalho.

Hoje, garante, é "mais europeísta e a União Europeia também é”.

Numa entrevista com pouco tempo dedicado a escrutinar propostas concretas, Sebastião Bugalho defendeu que é a melhor forma de combater a imigração ilegal é através da aposta na "imigração legal", alertando que os parceiros europeus estão atentos ao que se passa em Portugal, onde centenas de milhares de imigrantes aguardam pela conclusão dos seus processos nas mãos da AIMA, o antigo SEF.

Reafirmando o apoio à Ucrânia, o candidato da AD disse ser contra a discussão de um Exército Europeu pelo potencial de esta abrir divisões entre os estados da União.

Sobre os seus adversários na campanha, Bugalho revelou que telefonou à socialista Marta Temido para lhe desejar boa sorte e aproveitou para condenar as declarações de Tânger Corrêa ao Observador, onde o cabeça de lista do Chega recuperou teorias da conspiração sobre alegada ausência de vítimas judias nos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.

"Não se pode entrar em teorias da conspiração sobre minorias étnicas ou religiosas", declarou. "Dizer que os judeus não foram trabalhar no 11 de Setembro significa dizer que eles sabiam e é incitar ao ódio contra um povo. E isso é mentira", afirmou, recordando os "nomes de famílias de origem hebraica" visíveis no memorial do 11 de Setembro em Nova Iorque.

"António Costa, para o bem e para o mal, já é passado", disse ainda quando foi questionado sobre um eventual apoio, que não prestará, a uma candidatura do ex-primeiro-ministro socialista à presidência do Conselho Europeu. "Não tem a ver com o facto de ser de outra família política. Tem a ver com a circunstância que atravessa", disse, referindo-se à sua "situação judicial".

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